Os milhares de despedimentos que a Microsoft vai fazer na secção de produção dos Windows Phones, e dar por perdidos os 7 mil milhões investidos na Nokia, fizeram pensar que a Microsoft estaria a abandonar o segmento mobile - mas o CEO já veio clarificar isso, dizendo que não é o caso.
Numa longa entrevista, Satya Nadella reafirma a aposta e importância do segmento mobile, clarificando que continuarão a haver smartphones Windows - mesmo que a Microsoft seja a única empresa a fazê-los, mas insistindo sempre no aspecto do Windows 10 como plataforma unificadora de todas as classes de dispositivos, dos wearables, aos mobile, sem esquecer os desktops, e indo até aos dispositivos mais futuristas como o HoloLens.
O que a MS parece ter desistido de fazer é tentar copiar as tácticas que têm sido utilizadas pelos outros fabricantes (com o lançamento de dezenas de modelos), e reformular toda essa abordagem com um número mais reduzido de equipamentos, mas que sirvam como exemplo de referência de tudo aquilo que o Windows 10 terá para oferecer, como o Continuum, que permitirá transformar um smartphone num substituto de um computador destkop.
É uma aposta que também explica a oferta gratuita de actualização para o Windows 10, sendo que o novo sistema da Microsoft servirá de alicerce para toda esta sua estratégia - a qual não se pode dar ao luxo de falhar! - e quanto à questão da plataforma Windows "mobile" poder sofrer com a falta de apps, como tem acontecido até ao momento, Nadella diz que isso estará automaticamente resolvido assim que os developers começarem a criar as suas apps para o Windows 10, implicitamente ficando disponíveis também para os smartphones.
As intenções podem ser boas e ter fundamento estratégico... mas como sempre, faltará ver se o mercado corresponde e as tornará realidade. Pessoalmente, penso que há muito que a Microsoft deveria ter apostado nesta mais valia que tem, da sua plataforma unificada, e fazê-lo antes que os seus concorrentes (iOS/OS X; Android/Chrome OS) o façam - pois todos estão a seguir nesse mesmo sentido, mas nenhum tem o "trunfo" de ter o seu sistema instalado num "bilião" de computadores desktop.
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