O mercado dos ultrabooks já não suscita as paixões de outros tempos mas continua a ser um segmento onde encontramos as máquinas indispensáveis para quem quer levar a capacidade de fazer "tudo e mais alguma coisa" para qualquer lado. Por isso mesmo o nosso Luis Costa diz-nos que tal se comporta o Spectre Pro x360 G2 da HP.
O HP Spectre Pro x360 G2
O mercado dos ultrabooks continua a ser um dos mais atractivos, com as diferentes marcas a apresentarem soluções para cobrir as escolhas de um alargado leque de utilizadores. Nesta altura, fruto do desenvolvimento da tecnologia, não temos apenas portáteis bastante finos, mas sim máquinas que se podem transformar, permitindo outro tipo de utilização.
A HP tem no Spectre Pro x360 G2 uma máquina que se insere neste tipo de equipamento, sendo capaz de se apresentar como um ultrabook que também pode ser um tablet. O design premium, elevado desempenho e teclado com bom toque, fazem deste equipamento uns dos meus favoritos de momento. Tem no peso o aspecto menos positivo, mas este acaba por ser compensado pela autonomia, que pulveriza os resultados na sua classe.
Este resultado final não será alheio ao facto de a HP se ter associado à Microsoft para desenvolver o Spectre Pro x360. Este ultrabook não apresenta nada de disruptivo, mas sim um conjunto de aspectos bem conseguidos que têm clara inspiração em produtos que já encontramos no mercado. É uma filosofia que a Apple já demostrou dar bons resultados e a HP parece agora apostar em seguir algo semelhante.
Hardware
O Spectre Pro x360 tem um ecrã de 13,3", estando disponível em duas resoluções, FullHD e QHD. Confesso que sou um apreciador dos ecrãs QHD, com os seus milhões de pixels capazes de forncer uma imagem com extremo detalhe. Contudo, o FullHD, apesar de inferior em termos técnicos, acaba por também produzir uma boa imagem e tem como vantagem, um menor consumo energético.
O acabamento glossy do ecrã, associado à detecção do toque, tem como podemos verificar na imagem em cima, um efeito negativo devido às dedadas que vão ficando espalhadas no ecrã. Este, mesmo em ambientes com muita luz, permite uma boa visualização dos conteúdos. O aúdio, não sendo o mais potente, tem contudo muito boa qualidade, tanto para música, como para vídeo.
O modo tablet poderá revelar-se útil para determinados tipos de utilização, facilitando a visualização de conteúdos. Contudo, o peso do equipamento acaba por limitar este tipo de utilização por longos períodos de tempo. O corpo robusto em alumínio acaba por se fazer sentir negativamente neste aspecto do peso; todavia, as linhas e acabamentos acabam por (quase) fazer esquecer o peso extra.
Uma nota positiva para o sistema de dobradiças que permite transformar o ultrabook num tablet. Este sistema apresentou-se bastante sólido, pelo que não deverão esperar problemas nesta área, que por norma se revela uma preocupação para os utilizadores.
Neste ultrabook encontramos processadores Intel Skylake de 6ª geração, estando disponível em duas configurações oficiais: i5-6200U (2,3 GHz, até 2,8 GHz, 3 MB de cache, 2 núcleos) ou i7-6500U (2,5 GHz, até 3,1 GHz, 4 MB de cache, 2 núcleos), ambas com 8GB de RAM. O armazenamento vai dos 128 aos 512GB.
O facto do Spectre x360 não concorrer para a categoria do ultrabook mais fino do mundo permite-lhe apresentar um conjunto bastante completo de portas. Do lado direito um curioso botão Windows (mão da Microsoft?), volume, display port e HDMI, duas portas USB 3.0 com carregamento rápido e um jack 3.5mm. Do lado oposto, entrada para o carregador, mais uma porta USB, botão de power e uma curiosa opção por um slot para cartões SD, em detrimento do mais comum microSD.
Leitor de cartões interno vs leitor via porta USB
Quer o leitor de cartões SD, quer as portas USB são capazes de um excelente desempenho, necessitando para tal, apenas de bom hardware. No exemplo em cima, um cartão microSD Kingston UHS-I U3, que ficou perto do seu máximo teórico, mesmo tratando-se apenas de um cartão de 32GB.
O SSD mostrou-se à altura do restante hardware, obtendo bons resultados nos testes de benchmark. 520MB/s em leitura e 449MB/s em escrita no CrystralDiskMark, são disso exemplo.
O teclado ocupa a quase totalidade da largura do equipamento, ficando com cerca de 2cm de cada lado. Tendo em conta que o ecrã também tem uma moldura na mesma ordem de grandeza, não tinha sido mal visto uma redução desta área.
As teclas tem um curso curto, mas toque agradável, pelo que não vão sentir dificuldade a adaptar a escrita a este teclado. Há contudo alguns aspectos menos bem conseguidos, como as teclas de função (F1-F12) que são combinadas com diferentes acções: brilho, som, entre outras. As teclas de cursor também deixam algo a desejar, pois são de reduzida dimensão e albergam ainda o "início", "fim", "pagina cima/baixo". Para quem utiliza frequentemente acções com estas opções, obriga a utilizar mais uma tecla (Fn) em simultâneo, o que é pouco funcional. A tecla "enter" tem a forma de rectângulo em vez de barra, o que requer alguma habituação até que se acerte com a sua posição.
O facto de o teclado ser retroiluminado facilita a utilização do equipamento em ambientes com pouca luz. A iluminação é facilmente controlada através de uma tecla de função. Esta é uma funcionalidade que muitas vezes vemos ser dispensada nos portáteis de gama alta, mas definitivamente deveria fazer parte dos requisitos obrigatórios para os equipamentos deste segmento.
O touchpad tem uma dimensão generosa, o que facilita a sua utilização. O movimento do rato desenvolve-se de forma natural e a detecção de gestos é bastante sensível, mas com um ecrã touch, torna-se mais simples recorrer ao mesmo.
A autonomia superou todas as expectativas, situando-se entre as 8h30 e as 9h30, o que sendo inferior ao máximo anunciado pela marca (12h30), é contudo o melhor resultado obtido no meu regime de utilização, que por norma se tem ficado pelas 5h30-6h30.
É de salientar que este resultado foi obtido numa utilização sem compromissos, sendo que por largos momentos o brilho do ecrã esteve nos 100% e assim ficou por esquecimento. No restante período, utilizei a opção de 25 ou 50% de brilho.
Outro aspecto interessante foi o facto de não ter de recorrer ao modo de hibernação para prolongar a autonomia do equipamento. O modo de standby pela primeira vez funcionou sem afectar decisivamente o consumo de bateria. Mão da Microsoft?
Apreciação Final
Como já referido no início deste artigo, este Spectre X360 entrou para o meu restrito leque de equipamentos favoritos. Em termos de desempenho, não há lugar a compromissos mas há que ter em consideração que se trata de um processador "mobile", pelo que não se pode esperar o poder de processamento que se tem num desktop. Ainda assim, é perfeitamente possível manter 20 ou 30 janelas abertas no Chrome, ter o Spotify a tocar, e fazer edição de imagens sem soluços.
O teclado é bastante confortável em utilização, pecando apenas pela ausência de teclas início/fim/página cima/baixo dedicadas. O touchpad, com dimensão generosa revelou-se bastante preciso na detecção do movimento. O ecrã, FullHD neste caso, apresenta muito boa qualidade de imagem e brilho, mesmo nos ambientes com muito luz natural, embora sujeito a reflexos (e dedadas).
Olhando para este Spectre Pro X360, há muito poucos aspectos a melhorar. A redução da moldura no ecrã e um melhoramento do layout do teclado são pontos que facilmente poderão ser resolvidos. Os 1,45kg deverão ser alvo de uma redução, ficando desejavelmente mais próximos dos 1,25kg.
Numa análise global, este ultrabook da HP apresentou um comportamento que se pode considerar de elevado nível, pelo que é merecedor de um prestigiado escaldante. Pode ser encontrado no mercado nacional, com valores na casa dos 1200€.
HP Spectre Pro X360
Escaldante
Prós
- Qualidade de construção
- Autonomia
- Teclado confortável
Contras
- Mais pesado e volumoso que os seus pares
- Ecrã "reflectivo"
Por: Luis Costa
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