2017/01/24

Análise ao Huawei Mate 9

A Huawei tem tido uma enorme evolução nos últimos anos e trazido alguns dos smartphones mais apetecíveis para o mercado; pelo que o nosso Luis Costa tinha expectativas elevadas para ver se o novo Mate 9 seria capaz de continuar a fazê-lo.


O ano de 2016 correu particularmente bem à Huawei, tendo a marca chinesa ficada muito próximo do seu objectivo em termos de smartphones expedidos. O alvo estava nos 140 milhões, e o resultado final ficou a apenas um milhão de atingir este valor, algo que terá deixado os responsáveis da marca satisfeitos, representando um aumento de 29% face ao ano anterior.

O Mate 9 chegou no final do ano e serviu para a Huawei apresentar um conjunto de novidades bastante interessante, uma delas até diga-se que inesperada. Com este smartphone chegou também a renovada interface EMUI, agora na versão 5.0. A Huawei apresentava até então algumas funcionalidades interessantes e igualmente úteis, mas a sua interface estava longe de acompanhar o restante software e acabava por prejudicar a avaliação final dos equipamentos, onde o design e qualidade de construção apresentavam já níveis de excelência. As alterações foram de tal forma significativas que justificaram a elaboração de um artigo dedicado ao tema, razão pela qual não serão abordadas nesta análise.

Passemos então ao...

O Huawei Mate 9



Além da interface, o Mate 9 apresentou outra novidade - de alguma forma já esperada, pois faz parte da política que a marca tinha vindo a aplicar nos últimos anos - lançando um novo processador com o seu phablet. O Mate 9 chega com um Kirin 960, que representa um marco na história desta linha de processadores. O Kirin 950 utilizava uma arquitectura com núcleos Cortex A72, que no caso do Kirin 960 foram substituídos por núcleos Cortex A73, os quais são baseados num novo desenho (Cortex A17), que oferece um melhor desempenho e menor consumo energético. O GPU também sofreu uma evolução, sendo esta ainda mais importante que a do CPU, pois a arquitectura Bifrost além de uma nova nomenclatura (Mali-G71), oferece um desempenho significativamente melhor e mais eficiente.

A acompanhá-lo temos 4GB de RAM, 64GB para armazenamento e um slot para um cartão microSD. O ecrã de 5,9" tem resolução Full HD com 373ppp. A versão Porsche Edition (e o Mate 9 Pro) tem um ecrã de 5,5" com resolução 1440 x 2560 (534ppp).

Tal como no Huawei P9, também aqui temos uma dupla câmara traseira (20MP monocromático + 12MP RGB) f/2.2, desenvolvida em parceria com a Leica, com estabilização de imagem, dual flash, focagem automática e zoom híbrido até 6x. A câmara frontal tem 8MP, f/1.9. Por baixo das câmaras traseiras encontramos o sensor de impressão digital.


Na zona inferior, encontramos a porta USB tipo C e a coluna de som.


Do lado direito, botões de volume e power, do lado esquerdo, o slot para os cartões SIM e microSD.


A zona frontal apresenta a grelha da coluna para as chamadas, sensor de luminosidade e câmara frontal. Nesta zona, na extremidade superior, a entrada para o jack 3,5mm e um sensor de infra vermelhos.


Dentro da caixa, além do smartphone, encontramos uma capa, documentação de referência, cabo USB tipo C, auriculares, um adaptador microUSB-UBS tipo C e o carregador.


Este último, tem a particularidade de permitir um carregamento rápido graças aos 5V-4,5A, que segundo a Huawei permitem um dia de carga em apenas 20 minutos.

Em funcionamento


Com o Kirin 960, a Huawei conseguiu pela primeira vez chegar o topo nos testes de benchmark, destronando o até agora líder incontestável Snapdragon 820/821 da Qualcomm. A melhoria de desempenho é notória, não sendo patente apenas nos testes de desempenho. Tudo se processa de forma fluída, sem lugar a pequenos atrasos.

A nova interface EMUI 5.0 foi uma excelente aposta da Huawei. A aproximação ao chamado Android puro que a Google disponibiliza é notória em vários aspectos, de onde se destacam a área de notificações e o menu lateral nas definições. Ao não alterar estes aspectos, a Huawei conserva o que de bom a Google disponibiliza, ao que lhe junta as funcionalidades por si desenvolvidas e que tantas vezes já tinham sido elogiadas. Controlo do acesso à rede, navegação em ecrã reduzido e utilização do sensor de impressão digital para outras funções que não apenas o desbloqueio do smartphone, são disso exemplo.


O regresso do App Drawer (que tantas vezes foi pedido pelos clientes) permite ao utilizador optar por uma interface com as aplicações ordenadas num menu de navegação vertical. Quem for adepto de ter tudo no ecrã principal, pode continuar a fazê-lo, sendo esta a opção que vem de origem nas configurações.

O som é um dos aspectos que deve ser melhorado. Tratando-se de um phablet, a visualização de conteúdos multimédia é por certos uma das utilizações alvo, razão que justifica o recurso a duas colunas e som estéreo. A Huawei optou por uma coluna na base e outra no topo, que serve para as chamadas, mas o resultado está longe de deslumbrar.

A autonomia é por norma um dos pontos fortes dos phablets, pois as marcas optam (e bem) por tirar partido das dimensões do equipamento para apresentarem uma bateria de maior capacidade. Foi precisamente isso mesmo que a Huawei fez neste Mate 9, disponibilizando uma bateria com uns imponentes 4000mAh. Desta forma, está assegurada autonomia para um, ou até quem sabe, dois dias.

No meu caso particular, um smartphone com bateria entre os 2000 e 3000mAh chega por norma à hora de almoço sem bateria. O Mate 9 consegue chegar a casa ainda com alguma carga, o que penso dar uma boa ideia do que podem esperar deste smartphone em termos de autonomia. Confesso no entanto que esperava ainda um pouco mais deste Mate 9, mas tendo em conta a melhoria de desempenho do processador, é uma cedência que se aceita de bom agrado.


A câmara


A câmara frontal tem um sensor de 8 MP, f/1.9, 26mm, com focagem automática e filma a 1080p. O sistema de flash é bastante curioso, pois tira partido do ecrã para iluminar a área em redor. Ao clicarmos para tirar a foto, o ecrã ilumina-se num tom branco amarelado, que acaba por simular o flash, com resultados bastantes bons.


A possibilidade de pré-visualização de filtros será por certo interessante para os fãs das selfies.


Na traseira encontramos a câmara dupla, com um sensor monocromático de 20MP e um segundo sensor de 12MP RGB, opção que já tinha sido utilizada no Huawei P9. A interface da aplicação da câmara não apresenta grandes alterações, mantendo a linha do que é utilizado nos smartphones mais recentes da marca. Em baixo, atalho para as fotografias já tiradas e botões para fotografar e filmar. Por cima desta área um botão para deslizar, que revela os comandos para uma fotografia mais profissional, onde o utilizador tem a possibilidade de configurar manualmente vários parâmetros. Na parte superior do ecrã, uma fila de ícones, com flash, grande abertura, modo de cor (normal, vivas ou suaves, filtros (9) e alternar câmara traseira com dianteira.




Em termos de resultados, podem esperar imagens de grande qualidade, com excelente detalhe e cores vibrantes. A facilidade com que se consegue captar uma boa imagem deixou-me deveras surpreendido. O sensor monocromático alarga o espectro de utilização, permitindo captar quadros muito interessantes.


Mesmo em zonas com pouca luz é possível captar imagens com uma qualidade bastante aceitável. Confesso que prefiro uma imagem com menor detalhe, do que uma com cores alteradas. Gostos.

Melhor que estas imagens redimensionadas é passarem aqui para verem os outros exemplos com melhor qualidade.


Apreciação final


Gosto bastante de smartphones compactos (o Huawei Nova é disso exemplo), mas sou igualmente apreciador de um bom phablet. O teste ao primeiro Mate (estávamos então em 2013) mostrou que este tipo de smartphone poderia ser uma boa solução para o meu tipo de utilização, bastante intensiva.

A evolução registada desde o Mate original até este Mate 9 é, como não poderia deixar de ser, visível em todos os aspectos. A Huawei apresenta um design e qualidade construção de excelente nível, hardware de topo, onde num modelo de luxo não falta um ecrã QHD. Soube ouvir os utilizadores, revolucionando a sua interface EMUI, que acaba por beber o melhor do Android, ao que junta funcionalidades com valor acrescentado para o utilizador, isto sem contudo ser intrusiva.

Fruto das suas 5,9" e de um preço na casa dos 700 euros este Huawei Mate 9 não será um smartphone para todas as pessoas, mas quem procurar um ecrã de grandes dimensões e estiver disposto a pagar o preço da qualidade, encontrará neste phablet uma das melhores - se não a melhor - opção do momento.

É garantidamente o melhor smartphone que a Huawei já lançou no mercado, razão pela qual é merecedor do tão desejado "Escaldante" com que o AadM brinda os equipamentos de eleição.



Huawei Mate 9
Escaldante


Prós
  • Qualidade de construção
  • Desempenho
  • Interface EMUI

Contras
  • Qualidade de som
  • Preço não é para todas as carteiras



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