No escândalo do uso abusivo de dados do Facebook, a Cambridge Analytica tem-se tentado demarcar dizendo que nem sequer usou assim tanta da informação que recolheu, mas aos poucos vai-se descobrindo que esta empresa não hesitava em recorrer a todo o tipo de tácticas ilegais para manipular eleições.
Uma investigação apanhou altos executivos da Cambridge Analytica a falarem do tipo de serviços que podem proporcionar para garantir os resultados desejados em eleições, incluindo criar situações comprometedoras para "apanhar" os oponentes, enviando-lhes prostitutas ou oferecendo grandes donativos em troca de favores - situações que estariam a ser gravadas para depois serem divulgadas publicamente e arruinarem a sua hipótese de vencer.
A manipulação nas redes sociais também é referida, sempre com o cuidado de apenas operar nos bastidores e fazer passar a informação como sendo "natural"; ajudando a espalhar os conteúdos que lhes interessam de forma viral, direccionando-os para as pessoas mais susceptíveis de facilitar esse objectivo.
Até a parte de manterem a sua ligação aos candidatos em segredo não foi esquecida; com os executivos a referirem que podem criar empresas falsas de uma qualquer nacionalidade à escolha, ou fazerem-se passar por simples projectos de investigação associados a uma Universidade, entre muitas outras opções, frisando que é algo em que "têm muita experiência" e não constitui qualquer problema. Segundo os próprios, a Cambridge Analytica e a empresa mãe Strategic Communications Laboratories (SCL) já trabalharam em mais de 200 campanhas eleitorais por todo o mundo, incluindo a Nigéria, Quénia, República Checa, Índia e Argentina...
Oficialmente, a Cambridge Analytica nega a utilização de todo o tipo de tácticas ilegais, dizendo que essas conversas que foram gravadas em vídeo são apenas feitas para avaliar a "seriedade" dos seus potenciais clientes. Considerando que se tratam de gravações feitas ao longo de 4 meses... parece que é um longo processo de avaliação.
Actualização: também já explicaram como é que mantinham as suas comunicações e emails em segredo usando serviços privados.
Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)