O iFixit já "desfez" o mais recente topo de gama da Samsung - o Galaxy S9 - e mostra-nos em detalhe um dos componentes que tem gerado maior curiosidade: a sua câmara com abertura variável.
O site iFixit é conhecido por nos dar a conhecer o interior de todo o tipo de gadgets, fazendo aquilo que a maioria não tem coragem de fazer com os seus próprios equipamentos (desmontá-los completamente)... mas que se revela de importância vital quando é altura de se querer fazer qualquer intervenção nos mesmos (como trocar uma bateria) e dá jeito saber como os abrir e que tipo de dificuldades esperar.
O Galaxy S9 não foi excepção e, embora se tenha descoberto que este não é um smartphone fácil de abrir (nem mesmo que seja apenas para trocar a bateria), foi da maneira que se pode ver bem de perto a câmara que permitiu à Samsung passar para a liderança no DxOMark.
A qualidade das fotografias e vídeo tem sido um factores decisivos na diferenciação dos smartphones, e isso vai obrigando os fabricantes a investirem cada vez mais nesta área. Das câmaras simples passamos para as câmaras com auto-focus, depois foram aumentando para terem sensores de maiores dimensões, depois passamos para as câmaras duplas (e a Huawei até vai passar para câmara tripla no Huawei P20 Pro!), no Pixel 2 a Google investiu na fotografia computacional para fazer "milagres" com um único sensor de imagem e, neste Galaxy S9, a Samsung apostou numa câmara dupla onde a principal vem equipada com um sistema de abertura variável.
Qualquer objectiva em qualquer câmara tradicional tem associada os anéis de focagem e os de abertura, mas nos smartphones o seu tamanho compacto tem feito com que as câmaras se mantenham com uma abertura fixa. Ora... não é por acaso que as objectivas têm essas aberturas variáveis - tal como os nossos olhos têm a íris - pois permite regular a quantidade de luz que chega ao sensor (ou aos nossos olhos) e, com efeito mais prático e imediato, permite gerir a profundidade de campo que cria o efeito "bokeh" tão apreciado.
No caso do S9, mesmo tendo apenas duas lâminas para a abertura, a mesma mantém um formato perfeitamente circular, eliminando o problema associado ao número reduzido de lâminas nas objectivas tradicionais, em que isso pode causar um efeito bokeh ligeiramente distorcido. Como contrapartida, em vez de se ter uma abertura variável, temos apenas a possibilidade de comutar entre "completamente aberta" ou "completamente fechada" (f/1.5 e f/2.4) ... o que por agora terá que servir (abrindo-se em situações de baixa luminosidade, para permitir a entrada de mais luz; fechando quando há luz que chegue).
Será de imaginar que evoluções futuras deste sistema consigam ir aproximando as micro-objectivas que temos nos smartphones daquelas que temos nos tamanhos tradicionais, eventualmente chegando ao ponto de ter aberturas variáveis ajustáveis... embora isso vá requerer um trabalho de "relojoeiro" para criar estes mecanismos de precisão nestas escalas reduzidas, e que terão que ter a robustez necessária para conseguirem superar todos os abusos a que os smartphones podem ser sujeitos...
Resta também saber se será este o melhor caminho, ou se será mais simples evitar a complexidade mecânica e ir apostando no software como forma de recriar as melhores imagens possíveis a partir dos sensores disponíveis - como a Google tem feito.
... O futuro o dirá; mas por agora, a maior curiosidade será saber o que a Huawei conseguirá fazer com as três câmaras do P20 Pro.
Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)