2018/04/22

McAfee Labs Day 2018


A segurança é um tema que deve merecer sempre a nossa atenção, pois as ameaças multiplicam-se a uma velocidade assustadora. Para nos dar as últimas novidades sobre este assunto, a McAfee realizou o seu evento anual na Europa, onde mais uma vez o AadM teve a oportunidade de estar presente.

Marc Vos, senior manager da McAfee, fez uma introdução, levantando um pouco da ponta do véu sobre o que iríamos ficar a conhecer durante no 7º McAfee Labs Day, que este ano teve lugar em Paris e onde a Internet das Coisas foi um dos tópicos principais.

Raj Samani foi o primeiro orador da sessão. O Chief Scientist da McAfee fez uma breve apresentação sobre os trabalhos que o McAfee Labs tem levado a cabo. As áreas de investigação são cada vez mais alargadas, estando actualmente os hospitais a ser alvo de um estudo que envolve as máquinas de electrocardiograma. Assustador, não é verdade?

O ransomware continua a ser uma preocupação, com esta ameaça a ser cada vez mais um serviço, onde até uma criança pode ter acesso às ferramentas que estão disponíveis para este efeito, lançando um ataque, sem grande esforço ou conhecimentos.



Um dos exemplos apresentados, foi uma acção que teve lugar na Roménia, onde um grupo de jovens lançou um ataque de ransomware que tinha como objectivo a obtenção de dinheiro para pagar estudos ou comprar uma casa. A suposta impunidade associada a estas actividades foi um dos motivos que levou estes jovens a entrar neste mundo. A divulgação deste tipo de vídeos tem como objectivo mostrar que a realidade é bem diferente, mostrando ao público que as autoridades estão a investigar estas acções e que o ecrã do computador nem sempre é protecção suficiente para os atacantes.


Tom Cheesewritght é alguém que gosta de falar sobre o futuro e da forma como a tecnologia se vai modificar para nos facilitar a vida. Começou a sua intervenção com duas perguntas:
  • O que vai ser o nosso futuro?
  • Como podem as organizações tornarem-se mais ágeis 
A tecnologia serve para nos ajudar a fazer algo de uma forma mais simples e com menor esforço por parte do utilizador. Cartões perfurados, ecrãs de fósforo verde com uma janela de terminal, o cursor do rato e o click, o toque e agora a voz, sempre com o objectivo de passar o trabalho para a máquina.

A inteligência artificial está na ordem do dia. A sua aplicação permite a obtenção de respostas antes mesmo de se formularem as perguntas, através da extrapolação dos dados obtidos em acções anteriores. Uma realidade mista será por isso uma "quase certeza" para o futuro, com uma presença constante nas nossas vidas através com a câmara, primeiro nos smartphones, posteriormente em wearables como óculos digitais. O armazenamento e tratamento dos nossos dados, é também uma questão incontornável, levantando questões sobre a sua posse e os direitos que temos sobre os mesmos. Esta definição terá que acontecer, mais tarde ou mais cedo, pois o valor que os nossos dados têm, servirá como moeda de troca para a prestação de serviços ou aquisição de bens.

O IoT é também uma fonte de preocupação relativamente à posse da informação. Neste tema, Tom Cheesewritght fez referência a um projecto que bem conhecemos - o Home Assistant -  que começa a ter muitos adeptos por todo o mundo. A possibilidade de gerir os nossos equipamentos "dentro de casa" sem ter de recorrer a serviços externos é uma alternativa para quem não pretende ter os seus dados a circular na internet.

Estamos numa fase de transição, para a qual ainda não estamos devidamente preparados e será este o grande desafio que temos pela frente: prepararmos-nos para nos próximos 20 anos e estar prontos para enfrentar uma nova realidade.


Antonio Gaetani, responsável pelas parcerias, abordou a questão das casas inteligentes e da segurança das mesmas. Os utilizadores não querem correr riscos com os equipamentos que têm ligados nas suas casas e para responder a esta questão, a McAfee preparou uma solução que pode ser implementada nos routers. Esta plataforma promete ser simples e fácil de utilizar, por forma poder ser uma opção para todas as pessoas, independentemente do seu nível de conhecimento técnico.

Para este fim, a McAfee aposta em dois sectores, os routers (em parcerias com os fabricantes) e directamente com as operadoras, nos modems que estas disponibilizam para prestação do serviço. O serviço tem a possibilidade de detectar acessos a sites considerados perigosos, enviando uma notificação para o smartphone do utilizador, que alerta para o acesso não autorizado, ficando este com a opção de autorizar ou negar o acesso. Esta é uma funcionalidade que poderá ser particularmente interessante, pois os riscos não estão só nos acessos indevidos do exterior, mas também nos pedidos que surgem nas redes domésticas, com os equipamentos a tentarem enviar informação para locais onde não seria suposto a mesma chegar.


A domótica continua a ser uma das áreas onde a McAfee aposta, com a Alexa, assistente digital da Amazon a estar preparada para poder auxiliar o utilizador nas questões de segurança, disponibilizando informações sobre a sua rede doméstica.


Martin Pevetta, gestor de produto da McAfee a nível global, passou em revista as principais novidades que poderemos encontrar nos produtos da marca. Os smartphone continuam a ser uma das principais preocupações para a McAfee, pois é nestes equipamentos que os atacantes centram as suas atenções. Além do antivírus em si, destinado aos PCs e equipamentos móveis, a marca passa também a contar com protecção para o acesso à internet nos smartphones, protecção para IoT e gestão parental.

O McAfee Safe Connect é uma das novidades, mas não é mais que um serviço que VPN que é disponibilizado "gratuitamente". O utilizador tem direito a 250MB e caso pretenda, pode subscrever um plano anual por $47.88, ou mensal por $7.99. Seria bem mais interessante, se a subscrição anual do serviço McAfee, contasse com um plafond grátis de VPN bem mais simpático.


Como é tradição, coube a Gary Davis ser o último orador. O evangelista da McAfee fez um resumo do que aconteceu no último ano, passando em revista alguns dos acontecimentos que marcaram a cena mundial: Estados, Hacktivistas, organizações de redes criminosas e indivíduos em nome individual são os principais actores do momento, sendo quem move as pedras neste jogo da segurança. O ransomware deverá começar a apostar em novos alvos, devido à contra resposta que tem tido. A diminuição do sucesso das acções nos ataques poderão levar a uma alteração dos seus alvos preferenciais, com o mercado doméstico a ser substituído por alvos mais rentáveis.


A sessão terminou com Marc Vos a anunciar uma boa surpresa. Depois de vários anos de espera, o próximo Labs Day na Europa irá ser realizado em Portugal. Um evento que irá trazer ao nosso país alguns dos maiores especialistas no mundo da segurança, para nos dar a conhecer as últimas novidades deste sector.

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