2018/04/20
Supremo Tribunal Alemão diz que ad-blockers são legais
Será preocupante ter chegado a este ponto, mas felizmente podemos congratular-nos com a decisão do Supremo Tribunal Alemão, que contrariamente às pretensões de um grande grupo editorial, diz que os utilizadores são livres de poderem utilizar ad-blockers.
O grupo Springer, a par de outras empresas, tinha processado os criadores do AdBlock Plus, dizendo que a remoção da publicidade das páginas era ilegal, assim como o facto de cobrarem para adicionarem empresas à lista de publicidade que era exibida - que consideravam ser uma violação da lei da concorrência. Uma pretensão que convenceu um tribunal e estava a causar sérias preocupações para o futuro.
Felizmente, o chegado o caso ao Supremo Tribunal, temos agora direito à decisão que todos esperavam: que os ad-blockers são legais e todos os utilizadores são livres de os utilizar se assim o entenderem
Ou melhor dizendo, "quase" todos. Os representantes do grupo Springer dizem que esta decisão é um "ataque gravíssimo aos media" e que põem em causa a sua própria sobrevivência, motivo pelo qual prendem levar o caso ao Tribunal Constitucional, por ser uma decisão que ultimamente "interfere com a liberdade de imprensa".
... Curioso estes grupos não pararem para pensar que estão eles próprios a querem impor a sua "liberdade" sobre a liberdade que os seus visitantes e leitores têm de apenas quererem ver o que lhes interessa ver. Talvez ainda não tenham percebido que, se calhar, se tivessem um pouco mais de respeito por eles e tivessem criado a relação de confiança que se desejaria... não haveria necessidade de terem chegado a este ponto, do qual nunca poderão sair a ganhar - ou acham que, mesmo que o tribunal lhes desse razão, iriam conquistar milagrosamente o respeito de quem se vê forçado a aceitar toda a publicidade e tracking que lhes for impingido?
Felizmente, a este ritmo já nem será preciso ad-blockers (extra) em breve... pois muitos browsers já começam a trazer essa funcionalidade integrada de origem, especialmente quando se entra no modo "incógnito" - e caberá a cada utilizador decidir quais os sites em que aceita "gramar" com publicidade, e quais aqueles em que acham que isso não é merecido.
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