2018/06/20

LitMaker quer ajudar pessoas a programar sem computador


Da hackathon Hack for Good da Fundação Calouste Gulbenkian, eis que nos chega o projecto LitMaker criado por investigadores do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, que pretende promover e facilitar o acesso à programação entre os mais novos, mesmo não tendo acesso a um computador tradicional.

Muito se fala de como a "programação" deveria ser uma das competências das novas gerações, ensinada desde tenra idade, mas a verdade é que no mundo real muitas escolas não têm as condições para isso (ainda recentemente falava com uma professora cujo computador que tinha na sala de aulas era um que ela própria tinha levado para lá). Por outro lado, é inegável que entre os mais novos o primeiro contacto com os "computadores" seja feito através dos smartphones e tablets, normalmente para efeitos recreativos... daí que seria uma excelente ideia aproveitar o acesso a estes equipamentos para se fazer algo mais produtivo. E foi precisamente isso que fizeram seis investigadores da Fraunhofer Portugal AICOS.

O LitMaker é um kit "faça você mesmo" composto por uma app para smartphones e um conjunto de sensores sem fios de baixo custo, que tem como objectivo "aliar a criatividade ao pensamento lógico, promover o sentido de causa e consequência e a curiosidade pelas ciências da computação desde tenra idade."


A simplicidade da solução permite que seja utilizada em meios com poucos recursos tecnológicos, lutando assim contra a exclusão e o fosso digital que existe entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, escolas em meios urbanos e meios rurais, e até escolas privadas e escolas públicas.

A equipa é composta por seis investigadores, António Sousa, Eduardo Pereira, Paulo Torres da Silva, Ricardo Graça, Ricardo Peixoto, e Tiago Borba, com experiências profissionais e competências variadas – desde o design, à interação, engenharia, programação, materiais e tecnologias de fabrico, entre outras – factor que contribuiu para o sucesso do LitMaker. A solução arrecadou o terceiro prémio do Hack for Good, e será desenvolvida durante os próximos meses num programa de mentoria, ainda dentro do âmbito do concurso. Há ainda a possibilidade de apresentar o produto na Web Summit, em Novembro.
Esperemos que num futuro não muito distante se possa ver o resultado deste projecto a produzir efeitos reais nas escolas e outros locais.

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