2018/09/21
Seguros de vida, só com tracking - diz seguradora norte-americana
Era uma questão de tempo, e agora é uma das maiores seguradoras dos EUA - John Hancock - que avança com a intenção de apenas fazer seguros de vida a clientes que aceitem ter a sua actividade monitorizada através do smartphone, smartwatches, ou demais trackers de actividade.
A medida não é nova, sendo já praticada noutros países por uma empresa parceira, a Vitality Group, e oferece bónus nas apólices para os clientes que atingirem os objectivos definidos para um estilo de vida saudável. Os dados recolhidos até ao momento parecem validar esta táctica, com os clientes que aderem a estas apólices a terem uma longevidade 13 a 21 anos superior às dos restantes segurados; mas isso poderá não ser suficiente para quem achar que estas medidas são demasiado invasivas da sua privacidade.
O maior problema é se, como parece ser este caso, as seguradoras começarem a exigir que os seguros de vida sejam obrigatoriamente acompanhados pela exigência do tracking, em vez de ser algo opcional com o chamariz de que poderá proporcionar descontos. Isso poderá fazer com que aqueles que levem a sua privacidade mais a sério possam recorrer a todo o tipo de medidas para contrariarem este tracking (já dou comigo a imaginar serviços de fornecimento de tracking saudável, com desportistas a a carregarem dezenas de trackers dos clientes nos braços, para registarem actividade física enquanto eles estão sentados no sofá a ver televisão - ou então a criação de gadgets que simulem actividade, e até frequência cardíaca, exclusivamente para este propósito).
O que é certo é que, para o bem e para o mal, será cada vez mais complicado escapar a uma sociedade onde teremos serviços a exigir o acesso a cada vez mais dados sobre os clientes... E onde o potencial para uso abusivo desses mesmos dados será cada vez maior (ainda recentemente houve um caso de ofertas de emprego no Facebook que automaticamente excluíam mulheres; imaginem no futuro isso ser feito também para quem não corra um mínimo de 20Km por semana, ou quem passe demasiado tempo sentado?)
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As empresas que trabalham com risco tendem querer diminuir ao mínimo esse risco, logo recorrem a esses expedientes. Isso é um aprofundamento de práticas como agravar o seguro de jovens do sexo masculino.
ResponderEliminar1984
ResponderEliminarImagino que a muitos seja negado esse seguro, o que não deixa de ser um completo atropelo aos direitos dos cidadãos, por este andar os seguros de saúde em Países que não tenham um sistema público de saúde como é o caso dos USA ainda vai deixar mais pessoas fora de qualquer saúde, se isto é sinônimo de desenvolvimento, o que dizer dos Países sub-desenvidos.
ResponderEliminarMais uma vez afirmo estamos a fazer uma verdadeira terraplenagem dos valores solidários que com tanto custo foram implantados nos anos 50/60 do século passado, já estou como o @Madeira escreveu já há algum tempo neste Blog, estamos a deixar aos nossos filhos uma péssima herança.