2018/10/21

DJI pede remoção de vídeo enganador de choque de drone contra asa de avião


Um vídeo de um teste feito por investigadores no University of Dayton Research Institute de uma colisão de um drone da DJI com uma asa de avião está a agitar novamente a comunidade civil e os fãs dos drones; e o maior problema é que as coisas não são bem como parecem.

O vídeo mostra um drone DJI Phantom 2 a colidir com uma asa de um avião de pequenas dimensões (um Mooney M20), atravessando a asa como se fosse de papel. Imagens espectaculares, como se pode imaginar... mas que muitos especialistas - e a própria DJI - colocam em causa.

Para começar, embora estejam por esclarecer muitas das condições deste teste, foi dada a informação de que a colisão foi testada a uma velocidade de 383Km/h - uma velocidade que supera a velocidade máxima combinada do avião e do drone, especialmente quando se considera que para isso o avião teria que estar a voar a uma altitude de cruzeiro, onde o drone da DJI teria uma velocidade significativamente mais lenta. Sendo que em condições reais mais prováveis para tal colisão, a baixa altitude ou durante a aterragem/descolagem, as velocidades seriam significativamente inferiores.

Os testes também não seguiram as recomendações da FAA norte-americana para colisões, e a DJI está profundamente desagradada com o facto do vídeo e artigo em questão parecer ter sido criado unicamente para fomentar o medo dos drones. O artigo insinua que o mesmo tipo de coisa poderia acontecer com um avião comercial, não referindo que as asas de um avião de grandes dimensões nada têm a ver com a resistência de um monomotor como o testado); e a DJI também considera tendencioso o facto destes investigadores não terem divulgado o vídeo de um choque à mesma velocidade feito com uma ave... que eles próprios admitem ter causado danos ainda mais aparatosos.

Poderá dizer-se que, pior que os danos de uma eventual colisão real entre um avião e um drone, são os danos provocados por artigos deliberadamente criados para criar um clima de suspeição e medo sobre os drones.


13 comentários:

  1. Legislação (basta ir a dre.pt)
    - Regulamento Regulamento n.º 1093/2016 ANAC sobre a operação de drones:
    - Decreto-Lei n.º 58/2018 obriga ao registo de drones acima de 250g e a seguro de responsabilidade civil acima de 900g

    Tem-me impressionado o número de incidentes com drones no aeroporto de Lisboa que têm impedido o tráfego normal. Um caiu mesmo no aeroporto depois de o fotógrafo profissional que o operava e estava a fazer um trabalho para uma imobiliária ter perdido o controlo.
    https://zap.aeiou.pt/drone-caiu-na-pista-do-aeroporto-lisboa-dono-fotografo-imobiliaria-215464

    Como diz ou outro, para as pessoas serem prudentes, é preferível exagerar os riscos do que desvalorizá-los. E há sempre o risco de perder o controlo do drone.

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    1. Independentemente de se saber que voar nas imediações de um aeroporto é proibido, o problema com este vídeo é o de que será equivalente a alguém fazer um estudo a mostrar o quão arriscado é andar de carro, ilustrando-o com um vídeo de um Fiat Panda a chocar contra uma parede a 500Km/h. Sim, será espectacular... mas completamente irrealista.

      Mais útil teria sido este estudo do drone avaliar situações realmente possíveis, como as que a FAA manda avaliar.

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    2. Mas qual Fiat a 500Km/h ...
      No post repetes o que diz a DJI : "Os testes também não seguiram as recomendações da FAA norte-americana para colisões" que são diz a DJI: "presume a bird striking an airplane at its sea-level cruising speed —which is typically 161 mph to 184mph for Mooney M20".

      Agora lê o que diz a DJI sobre as condições do teste: "Your video assumes a Mooney M20 light aircraft is flying at its maximum possible speed of 200 mph, The plane could only achieve such speed at full cruise, typically more than a mile above ground. At the altitudes where that plane would
      conceivably encounter a Phantom drone, it would fly less than half as fast”

      Nem quero fazer subir o drone (que é perfeitamente possível) mas explica lá qual é a estranheza de ao nível do mar embater numa ave entre 161 mth e e 184 mth e o teste ser um embate com o drone a 200 mph? O estranho é o que diz a DJI a seguir: “At the altitudes where that plane would conceivably encounter a Phantom drone, it would fly less than half as fast” - ou seja, 100 mph, perto de metade do embate de uma ave ao nível do mar. Uma travagem a fundo no Fiat ;-)

      O teste não tem nada de estranho. E até percebo a preocupação da DJI: “Alto que isto é muito prejudicial para o nosso negócio porque transpõem isto para a aviação comercial”. O que não percebo é a tua preocupação em defender a DJI contra a “universidade”, como alguém salientou mais abaixo. Há uns leitores que gostam e outros que não.

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  2. - Esqueceste-te de mencionar que é sempre necessário ter a devida autorização para se poder efectuar um voo!
    - Pois esse tal "piloto profissional" não tinha as devidas autorizações nem tinha o drone adequado (GoPro Karma) para o trabalho em questão! Basta seguir as regras e esse senhor não as seguiu!
    - Os vários incidentes junto ao aeroporto muitos deles são simplesmente impossíveis...não esquecer dos interesses que existem quanto a drones e o aeroporto...

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    1. Mas qual autorização?! Para os casos previstos no artº 10º do Regulamento 1093/2016 da ANAC, como os voos acima dos 120m? Junto a num aeroporto em que o tráfego de aviões é permanente não podem voar nunca, nem abaixo dos 75m, e nunca vão ter qualquer autorização.

      O que caiu no aeroporto de Lisboa era operado por um fotógrafo profissional. Ainda bem que, tirando esse, todos os outros que têm drones são "pilotos profissionais" com as devidas autorizações e os drones adequados que não escapam ao controlo ;-)

      Quanto aos incidentes junto e nos aeroportos existem mesmo, é inegável.
      Por certo porque quem os opera não tem consciência do que isso envolve.

      E é uma irresponsabilidade escrever um post que compara asas de avião de pequenas dimensões a asas de aviões comerciais - em vez de destacar o regulamento para o voo de drones em áreas próximas dos aeroportos. O que é que interessa destacar se a asa do avião comercial resiste ao embate com um drone de pequenas dimensões se, na mesma, segundo as regras da aviação comercial a presença do drone impedir um avião de aterrar?

      Convém saber é quais são as obrigações para operar drones, como a presença de luzes de noite ou de dia, de registo, de seguro de responsabilidade civil e as coimas para quem não cumpra essas regras - e as regras quanto a aeroportos. E que os drones são mais perigosos do que as aves para os aviões - e quem os opera ter que estar consciente disso.

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    2. Oh Aires, o Carlos só escreve aquilo que é do seu interesse, e claramente que não percebes que isto aqui não é o noticiário das 20h. É óbvio que para os leitores do Aadm, o interesse é a questão do drone a embater numa asa de avião, que para um leigo em asas de avião como eu e muitos leitores, quando vi o vídeo assumi que teriam tido todas as variáveis em conta para a simulação deste embate. Pelos vistos ainda há gente burra nas universidades ao ponto de tentar ludibriar a internet(nós).

      btw, isto não é o facebook em que vens mandar postas de pescada sem perceber do assunto que finges que sabes.

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    3. Oh João Rovira
      Eu não costumo comentar comentários, vou abrir excepção.
      Se o teu problema é que "há gente burra nas universidades ao ponto de ludibriar a internet (nós)" lê melhor o 4º § do post - que se limita a repetir o que diz a fabricante do drone. Nem quis ir por aí. É a chamada "internet DJI" que vem corrigir a "gente burra das universidades" ;-)
      O que publicou a universidade de Dayton foi amplamente citado. Uma delas:
      https://cosmosmagazine.com/technology/in-a-collision-between-plane-and-drone-it-s-bad-news-for-both
      Preferia ter visto escrito no post: "Flying a drone near an airport is a very, very bad idea."
      E há mais testes de embate no vidro. E estudos do que aconteceria se o drone entrasse no motor.

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    4. Oh Aires
      Eu não costumo comentar comentários aos meus comentários, vou abrir excepção.
      Se o teu problema é que "Se o teu problema é que "há gente burra nas universidades ao ponto de ludibriar a internet (nós)" lê melhor o 4º § do post - que se limita a repetir o que diz a fabricante do drone. Nem quis ir por aí. É a chamada "internet DJI" que vem corrigir a "gente burra das universidades"" lê melhor o 5º § do post - que se limita ao conteúdo do artigo do Calos. Nem quis ir por aí. É a chamada "internet > 2 neurónios" ;-)

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    5. A parte do fotógrafo profissional é paleio para encher chouriços. É alguém que infrigiu leis e pronto!
      O que ele faz no resto da sua vida não importa.

      Há diferentes formas de quebrar leis onde o bom senso impera. De certeza que todos já quebrámos os limites de velocidade na Auto Estrada, conduzindo a 150 Km/h por exemplo. E não achamos que estamos a colocar tudo em perigo. Mas se conduzir a 150 km/h no meio de uma aldeia, será bem diferente. É o que determina o bom senso de quem não o tem, embora nos dois casos se esteja a infrigir a lei.

      Sobre o número de incidentes no aeroporto, eu também gostaria é de ter presenciado aqueles avistamentos a 1000m de altura e coisas assim. Sempre fico curioso da veracidade das afirmações. Alguém que vai a 600 km/h consegue vislumbrar um pequeno objecto quase parado (o q duvido q esteja naquela altitude)... deve ser uma visão de Super Homem.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. E no meio disto tudo, a Xiaomi mudou a sua politica do NFZ para o MI Drone... agora apenas avisa que estamos numa NFZ e que e da nossa responsabilidade qualquer infracao cometida... mas deixa voar normalmente!

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  5. É tempo de chamar os nossos amigos MythBusters.

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