O pai da World Wide Web esteve na Web Summit em Lisboa para desafiar governos, empresas e cidadãos a criarem e manterem uma internet acessível para todos e que vise o bem comum, com uma campanha chamada "Contract for the Web".
Tim Berners-Lee poderá nunca mais se ver livre do seu cognome de "pai da web", mas isso não significa que fique parado sobre ou louros já conseguidos. Depois de ter passado por algumas fases um pouco mais polémicas (como quando defendeu o DRM na web), lança agora uma campanha - Contract for the Web - onde desafia governos, empresas, e todos os cidadãos, a criarem uma internet saudável e acessível para o futuro.
O manifesto é simples:
Os governos irão:
Garantir que todas e todos possam se conectar à internet
Para que qualquer pessoa, independentemente de quem seja ou onde viva, possa participar ativamente online.
Manter toda a internet disponível o tempo todo
Para que o direito ao acesso total à internet não seja negado a ninguém.
Respeitar o direito fundamental das pessoas à privacidade
Para que todas e todos possam usar a internet livremente, com segurança e sem medo.
As empresas irão:
Tornar a internet financeiramente viável e acessível a todas e todos
Para que ninguém seja excluída/o de usar e moldar a web.
Respeitar a privacidade e os dados pessoais d consumidores
Para que as pessoas tenham controle de suas vidas online.
Desenvolver tecnologias que fomentem o que há de melhor na humanidade e contestem o que há de pior
Para que a web seja de fato um bem público que coloca as pessoas em primeiro lugar.
Os cidadãos irão:
Ser criadores e colaboradores na web
Para que a web tenha conteúdo farto e relevante para todas e todos.
Desenvolver comunidades fortes que respeitem o discurso civil e a dignidade humana
Para que todas e todos se sintam seguros e bem-vindos online.
Lutar pela web
Para que a web permaneça aberta, um recurso público global para pessoas de todos os lugares, agora e no futuro.
Este compromisso já foi assinado por mais de 50 empresas e organizações, entre as quais se encontram a Google, Facebook, Cloudflare e o Governo Francês, e espera-se que muitos mais o façam até Maio de 2019, altura em que será publicado a versão completa deste contrato.
O maior problema, parece-me, é que ainda vai uma grande distância entre assinar este contrato e efectivamente cumprir com o que lá é dito; especialmente quando se vive num ambiente de completa desconfiança para com os governos, operadores de telecomunicações, e empresas tecnológicas. Uma empresa como o Facebook pode dizer que preza a privacidade dos utilizadores; mas quem nos garante que nos bastidores não está a dar/vender os seus dados, a sabe-se lá quem, usando uma qualquer desculpa ou alínea escondida nos seus termos de utilização? E o mesmo se aplica aos operadores de telecomunicações, e aos próprios governos.
Por outro lado, sem dúvida que é melhor tentar fazer algo para melhorar a situação, do que simplesmente ficar parado ou a fazer queixas; esperemos que este "Contrato para a Web" possa contagiar o mundo e ser um ponto de partida para uma web mais saudável e que promova a criação de uma sociedade mais educada e justa. Eu já juntei o meu nome à causa... e vocês?
Totalmente de acordo. Assinado.
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