Depois dos impressionantes MDR-1000X com cancelamento de ruído, a Sony criou os WH1000XM3, e o nosso Luis Costa foi ouvir o que são capazes de fazer.
Existem dois grandes eventos tecnológicos na Europa, o MWC e a IFA. A Sony é uma das marcas que tradicionalmente está presente nestes dois certames, sempre com pavilhões recheados de equipamentos muito interessantes. Foi precisamente aí que tive o meu primeiro contacto com os headphones Sony MDR-1000X. Foi aquilo que se chama de "amor à primeira vista", tendo alguns meses mais tarde comprado uns, que me têm acompanhado diariamente nas minhas viagens de comboio, com o seu sistema de cancelamento de ruído a tornar o deslocamento bem mais agradável.
Na IFA2018, a marca japonesa apresentou a terceira geração destes headphones e a seu convite, lá tivemos oportunidade de testar os Sony WH-1000XM3, para verificar até que ponto este novo modelo é uma evolução dos MDR-1000X.
Os Sony WH-1000XM3
Na traseira da caixa, encontramos algumas informações técnicas sobre os headphones, assim como algumas imagens do produto.
Dentro da caixa, em primeiro plano, um folheto de instruções, que nos aponta para um processo de instalação simplificado. Há que fazer download de uma App (disponível para iOS e Android) e será através desta que o utilizador irá efectuar a configuração dos headphones.
À imagem dos modelos anteriores, os Sony WH-1000XM3 apresentam-se protegidos por uma caixa de transporte.
No seu interior encontramos os headphones alojados como se de um contorcionista se tratasse. Este continua a ser um ponto forte deste produto, com a zona das colunas a ter uma grande liberdade de acção.
Os Sony WH-1000XM3
Em termos de design, as diferenças são apenas subtis, com as alterações a serem aplicadas de forma cirúrgica, tendo resultado num equipamento mais agradável de utilizar. Continuamos a ter a possibilidade de ajustar o posicionamento das colunas, de forma a que estas se ajustem da melhor forma às orelhas do utilizador.
As almofadas estão um pouco maiores e mais macias, o que proporciona um maior conforto quando em utilização. É uma diferença muito ligeira, mas o suficiente para que estes headphones WH-1000XM3 sejam bastante mais confortáveis que o modelo de primeira geração, que utilizo no dia a dia.
Em termos de botões e ligações, temos duas novidades. A porta micro-USB, dá lugar a uma mais actual e versátil porta USB-C. Ao escrever estas linhas, recordo-me do facto de esta porta USB-C, poder igualmente vir a ser utilizada como entrada para o som nos headphones, algo que, para já, não é possível neste modelo.
A outra alteração está nos botões que passam a ser apenas dois; power/bluetooth e cancelamento de ruído. Este último, permite três opções, ligado, som ambiente e desligado. Através de uma pressão prolongada deste botão, podemos também activar o assistente, que, à altura do teste, estava limitado ao Google Assistant, mas uma actualização de firmware, vai permitir optar pelo Alexa da Amazon.
Em utilização
Tal como referido anteriormente, estes Sony WH-1000XM3 são mais confortáveis em utilização. Algo que infelizmente confirmei ao regressar aos meus MDR-1000X de primeira geração. Em termos de som, temos graves mais fortes e uns agudos mais definidos, menos estridentes. São diferenças subtis, mas que se notam facilmente ao alternar entre os MDR-1000X e os novos WH-1000XM3.
A bateria continua a ser um dos pontos positivos. Segundo a Sony são mais de 30 horas de utilização, algo que não cheguei a esgotar nas minhas duas semanas de teste. Caso sejam utilizadores intensivos, irão apreciar o modo de carregamento rápido, que permite obter carga para 5 horas de utilização em apenas 10 minutos. De referir que este carregamento rápido terá de ser efectuado com um carregador capaz de fornecer 1.5A ou mais.
A eficiência do cancelamento de ruído foi o principal argumento que me levou a adquirir os MDR-1000X. Estes WH-1000XM3 apresentam-se com um novo processador de áudio e cancelamento do ruído (QN1) que, segundo a Sony, é quatro vezes mais eficiente que o seu antecessor. Além de "neutralizar" o ruído dos transportes, é também capaz de fazer o mesmo até com vozes e ruídos ambientes.
Nas viagens de comboio que realizei tive oportunidade de confirmar isto mesmo, com os WH-1000XM3 a serem bastante mais eficientes na sua função de cancelamento de ruído, anulando a quase totalidade das vozes dos passageiros.
Quando tal não acontece, o utilizador pode recorrer à app Headphones Connect para configurar várias opções, entre as quais se encontra a optimização do cancelamento de ruído. A aplicação permite ainda controlar a reprodução de conteúdos, configurar a equalização e a qualidade de som, dando prioridade à ligação sobre o som.
A app pode efectivamente ser útil, mas no dia a dia, o utilizador acaba por dispensar o seu uso. As funções mais comuns podem ser efectuadas directamente no equipamento, através de gestos. Continua a estar disponível a opção de baixar drasticamente o volume do som ao cobrir o copo da coluna com a mão, o que é sempre muito útil quando se pretende ouvir uma pessoa ou um aviso.
O Google Assistant foi uma agradável surpresa. Confesso que as expectativas eram extremamente baixas pois não via utilidade no mesmo, mas a utilização no dia a dia veio mostrar exactamente o contrário. Bastaram as primeiras notificações com o assistente a pronunciar o nosso português com o sotaque inglês, para mudar de opinião.
Mesmo não tendo o português disponível é muito útil. No comboio, deixei de ter de abrir os olhos para olhar para o relógio, bastava ouvir o Assistente a reproduzir as notificações. :D
Apreciação final
Uma nova versão de um produto deve obrigatoriamente acrescentar valor ao equipamento que vem substituir. É certo que o meu termo de comparação foi a primeira versão dos headphones 1000X, com este salto de duas gerações a poder tornar mais evidente a evolução entre os dois modelos. Certo é que os WH-1000XM3 são um produto de eleição, muito confortáveis, com uma boa qualidade sonora e um nível de cancelamento de ruído quase perfeito. O assistente da Google oferece novas funcionalidades ao utilizador, pena é que ainda não esteja disponível na nossa língua.
O preço, na casa dos 350 euros, continua a ser o ponto menos positivo, mas este é um dos casos em que se pode dizer que a qualidade se paga. Se este for um valor demasiado alto, nada como esperarem por uma promoção que o traga para valores mais comportáveis.
WH-1000XM3
Escaldante
Prós
- Qualidade do cancelamento de ruído
- Qualidade sonora
- Conforto
Contras
- Preço
Headphones Sony WH-1000XM3
Aberto até de Madrugada
Escaldante (5/5)
Boa análise! Eu fui um dos contagiados pela qualidade destes headphones e acabei por aproveitar uma promoção algures em Novembro passado na Fnac para comprar uns. Na altura ficou 50 euros mais barato. Mas a qualidade é soberba. Na altura tive a possibilidade de comparar com uns Bose Quietcomfort 35 II de um amigo, e cheguei à conclusão que além de serem ligeiramente mais baratos são mais confortáveis e têm melhor qualidade. Mas isto claro é apenas a minha opinião!
ResponderEliminarNão são é mais baratos.. comprei os bose precidamepre por serem na algura 100€ mais baratos mas acredito que sejam melhores..
Eliminarpela foto o "adaptador que permite ligar duas saídas de áudio à mesma fonte" parece ser um adaptador para ligar os headphones ao som da cabine dos aviões, com os 2 canais separados em 2 fichas mono.
ResponderEliminarBem observado. Vamos proceder à correcção.
EliminarQue pena o preço... :(
ResponderEliminarQuem tem um, o que tem a dizer da qualidade nas chamadas telefónicas?
ResponderEliminarDeixei de sequer tentar utilizar depois de várias pessoas me dizer que não me ouviam.
Mudando para auriculares de cabo ou uns headphones também Bluetooth, mas in-ear de apenas 20€, consigo conversar normalmente.