2019/08/09

Samsung vai aplicar GPUs AMD Radeon nos Exynos


A Samsung quer levar toda a experiência da AMD no campo dos GPUs Radeon para o sector dos smartphones e tablets, implementando-os nos seus chips Exynos.

A Qualcomm já não detém o domínio incontestado dos processadores mobile, muito devido ao desenvolvimento que a Samsung e Huawei têm conseguido neste campo. Continua contudo a conseguir a renovar anualmente a sua linha de SoCs, mantendo-se normalmente em posição de referência, assim incentivando os concorrentes a fazerem mais e melhor.

Os testes de desempenho mostram que no caso do CPU propriamente dito já existe um equilíbrio, mas no que diz respeito ao GPU a situação é diferente, fruto da diferença de desempenho entre o GPU Adreno dos Snapdragon e GPU Mali dos Exynos (e HiSilicon Kirin), com a primeira a estar bem à frente em termos de desempenho e eficiência.

Para contornar esta limitação, a Huawei tem optado por aumentar o número de núcleos do GPU e a sua frequência de funcionamento, com os resultados a conseguirem ser interessantes em termos de desempenho gráfico mas prejudicando o consumo energético que obriga a adoptar baterias de maior capacidade nos modelos da marca. Mas a Samsung tem em vista uma outra solução.

AMD Radeon pode revolucionar o mercado mobile

A Samsung tem sido algo mais comedida nesta questão da GPU, mas o acordo celebrado com a AMD tem tudo para inverter o actual panorama dos chips mobile. Ao poder equipar os processadores Exynos com um GPU AMD Radeon, a Samsung espera conseguir apresentar equipamentos com "Ultra Low Power, High Performance Graphics Technologies".

Haverá que contar com um período de desenvolvimento, que segundo a AMD, deverá levar cerca de dois anos até poder chegar ao mercado, pelo que teremos de aguardar por um Galaxy S12 ou um Galaxy Note 12 para usufruir desta tecnologia.

Esta é naturalmente uma excelente notícia para o mercado mobile, que passará assim a contar com mais uma opção de alto desempenho gráfico, podendo assim fazer frente às propostas que a Qualcomm apresenta nos seus Snapdragon. Além desta melhoria no desempenho dos Exynos, haverá igualmente que contar com a pressão que os GPU Radeon irão representar, o que obrigatoriamente, levará a que o desenvolvimento das GPU Adreno não estagne, sob pena de ver a sua quota de mercado diminuir.

Huawei terá de encontrar alternativas ao Mali

A assistir a estas movimentações, temos a Huawei com os seus Kirin da HiSilicon a estarem ainda dependentes dos GPU Mali. Partindo do princípio que a AMD conseguirá disponibilizar um produto de elevado desempenho, a Huawei ficará numa posição ainda mais vulnerável... e isto sem ter em conta o panorama de potencial bloqueio do acesso à tecnologia ARM devido às restrições impostas pelos EUA.

Para contornar esta situação, a marca chinesa poderá apostar no desenvolvimento in-house de um GPU, o que se ainda não aconteceu e, a acontecer levará por certo vários anos. Outra possibilidade, talvez mais interessante (pelo menos em termos teóricos) poderá passar pela celebração de um protocolo com a NVIDA, com vista ao desenvolvimento de um GPU GeForce para equipar os processadores Kirin. A Huawei ganharia assim um apoio de peso e a NVIDIA uma boa razão para se bater com a AMD no mercado mobile.

Nesta altura, estas opções não passam de pura especulação, pelo que teremos de aguardar pelas movimentações destes pesos pesados, sendo certo que o alinhamento do mercado mobile, poderá sofrer alterações no curto prazo.

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