2019/12/31

Como a ganância arruinou a revolução dos ebooks


Superando toda a ficção, em vez da revolução na leitura e acesso ao conhecimento, os ebooks tornaram-se numa autêntica paródia, com custo superior ao dos livros físicos.

Seria bastante interessante entrar num novo ano com uma notícia a falar da revolução que os ebooks tiveram na sociedade, permitindo que alunos tivessem acesso a manuais escolares, e todas as demais pessoas pudessem ler mais que nunca, fomentando toda uma nova geração de autores. Infelizmente, é algo que continua a ser um sonho utópico, rapidamente rechaçado pela realidade.

A realidade que temos é bem diferente: uma realidade onde se chega ao cúmulo de ter os ebooks a preços substancialmente mais caros do que os livros físicos!

O domínio do sector por grandes grupos editoriais, aliado ao facto das plataformas de distribuição também quererem manter o máximo controlo (e lucro), faz com que - pelo menos até ao momento - não tenha sido possível replicar com os ebooks o mesmo sucesso que ocorreu noutros sectores digitais (como as apps ou o streaming). Mas o caso dos ebooks torna-se mais entristecedor por revelar de forma mais clara esta ganância, que por muito que tente não consegue arranjar qualquer desculpa ou justificação para que algumas dezenas ou centenas de kilobytes possam custar mais do que o livro em versão física, com tudo o que isso implica.

É certo que um livro é muito mais que o preço da impressão e distribuição, tal como é mais que os kilobytes que ocupa... Mas quando se chega ao ponto de esses kilobytes custarem mais que a sua impressão em papel, é tempo de reavaliar que tipo de futuro esperam ter - ou, neste caso, não ter!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Concordo plenamente, tendo em conta que é possível a auto publicação nas plataformas seria uma boa forma de acabar com os intermediários, os autores se cortassem com as editoras podíamos cobrar o mesmo e ganhar o triplo. Mas pelo contrário, muitos autores primeiro publicam em papel, só passado algum tempo publicam em digital, com medo da pirataria.

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  3. A maior parte das distribuidoras não tem o e-book mais caro mas sim ao mesmo preço ou minimamente mais barato. Em ambos os casos, um e-book é um ficheiro digital pequeno, pelo qual o custo de 1 ou 1.000.000 é o mesmo, logo um e-book deveria ser mais em conta. Não o fazem por querem ganhar muito dinheiro.

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  4. Bom eu sou a favor do livre mercado , compra quem quer e paga quem quer simples assim.

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    1. Assim, obviamente que apenas os ricos terão direito a aceder ao conhecimento, não é?

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