Servindo de exemplo para os riscos das tecnologias que assumimos como "garantidas", uma actualização da app do Twitter fez com que a app nem sequer arrancasse, deixando a empresa a fazer alertas desesperados para que os utilizadores não fizessem a actualização.
Para 99.99% das vezes (excepto se for o Windows), o sistema de actualizações automáticas funciona bem e faz com que os utilizadores acordem a cada dia com a garantia que têm as suas apps actualizadas sem precisarem preocupar-se com isso. O problema é quando as coisas não correm bem - seja porque motivo for - e nos deparamos com coisas destas:
We’re investigating a problem with the latest version of our Android app that causes it to crash immediately once it’s opened. If you use Twitter for Android, we suggest not updating it until we let you know it's fixed. Sorry for the inconvenience!— Twitter Support (@TwitterSupport) January 21, 2020
[Décadas de tecnologia e desenvolvimento, para se ter um pedido à moda antiga para não actualizar uma app]
Podemos criticar o controlo de qualidade do Twitter, de permitir que uma actualização com bug desta magnitude fosse lançado para o público. Mas, podemos também criticar a plataforma (neste caso a Play Store), por não permitir que um developer cancelasse imediatamente uma actualização problemática - ou disponibilizasse de urgência uma nova actualização corrigida. Isto para não falar em protocolos mais complexos, em que o sistema detectasse que uma app não arrancava após uma actualização e repusesse a versão anterior funcional.
Em qualquer dos casos, e ficando demonstrado que o sistema não é imune a erros (será que há mesmo algum controlo de qualidade, se se permite a entrada na Play Store de uma actualização que faz com que a app nem sequer arranque?) o que fica garantido é que a nossa tecnologia actual está a uma actualização problemática de distância de se tornar numa inutilidade - e o assustador é que isso tanto pode acontecer por acidente, como neste caso do Twitter, ou... deliberadamente.
Será preciso manter presente que aquilo que temos nos nossos smartphones não é realmente nosso, mesmo que se pense ter "comprado" uma app (veja-se o que vai acontecer com os jogos Tetris da EA que vão ser desligados em Abril) - e que da próxima vez que um smartphone ou app deixar de funcionar com o utilizador a usar a desculpa habitual do "eu não fiz nada", ele poderá ter toda a razão, e a culpa ser de uma actualização.
Aconteceu-me. Como já me tinha acontecido noutras aplicações (MBWay, posso nosso de cada dia), limpei os dados da aplicação e tinha o problema resolvido.
ResponderEliminar*pão nosso
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