A família Galaxy da Samsung tem-se multiplicado por dezenas de modelos, fazendo com que nem sempre seja fácil saber que modelo escolher. Para ajudar, o nosso Luis Costa diz-nos que tal se comporta o Galaxy A30s.
O Samsung Galaxy A30s - unboxing
Ao abrirmos a caixa do Galaxy A30s descobrimos, por baixo do smartphone, a documentação de referência, um cabo USB-C, clip para instalação dos cartões SIM e microSD, e o carregador.
O carregador está limitado a 15W, com uma relação de carregamento de 9V/1,67A, pelo que não contem com um carregamento ultra rápido.
Pela positiva, o sistema de instalação de cartões permite a instalação de dois cartões SIM e um cartão microSD em simultâneo.
O Galaxy A30s
Este smartphone de gama média-baixa surge no seguimento do Galaxy A30 apresentado pela Samsung no MWC 2019. A marca sul-coreana continua a recorrer à táctica de "inundar" o mercado com vários equipamentos, em todos os segmentos de mercado. Sendo certo que, se por um lado alarga o leque de opções para os consumidores, também acabar por os confundir com tal número de opções, muitas vezes bastante semelhantes.
O corpo em policarbonato apresenta dimensões de 158.5 x 74.7 x 7.8 mm. A espessura, aliada à natureza dos materiais utilizados e aos bons níveis dos acabamentos, faz com que o smartphone seja muito agradável de tocar e utilizar, quase fazendo esquecer as 116g de peso. Até mesmo o anel frontal para protecção do ecrã apresenta um perfil que acompanha na perfeição a curvatura do ecrã, não se sentindo qualquer aresta menos agradável quando se segura o smartphone com uma mão.
As margens do ecrã poderiam ser um pouco mais reduzidas - especialmente as laterais - mas os 2 a 3mm que apresentam não são motivo para grande preocupação. Já a margem inferior, com cerca de 5mm, destoa um pouco do conjunto mas também não compromete a utilização do equipamento. O ecrã AMOLED com 6.4" ocupa cerca de 85% da área frontal; pela negativa, a resolução do ecrã, que se fica pelos 720x1560 pixels. São pixels a menos para polegadas a mais... Pela positiva, temos direito a um sensor de impressões digitais sob o ecrã, algo que acaba por ser inesperado visto estarmos na presença de uma equipamento de gama média-baixa.
O notch, tipo gota de água, está localizado na zona central do ecrã
À direita, temos os botões de volume e power.
Do lado esquerdo, apenas a entrada para os cartões, que como referido em cima, permite a utilização em simultâneo de dois cartões SIM e um cartão microSD.
Na lateral superior, apenas um microfone.
Na lateral oposta, a cada vez mais rara ficha de 3,5mm para os headphones, porta USB-C, um microfone e a grelha para saída de som.
Na parte traseira traseira, em cima, encontramos o módulo da tripla câmara rodeada por um anel prateado. Por baixo deste conjunto, o flash.
O plástico é o elemento dominante, mas a Samsung não se poupou a esforços para apresentar um produto de alta qualidade, criando efeitos de luz semelhantes aos que o vidro possibilita. Pelo design, este Galaxy A30s recebe uma avaliação muito positiva, indo garantidamente conseguir influenciar a escolha de muitos consumidores.
Hardware
Em termos de hardware, além do já referido ecrã HD+ de 6.4" com notch gota de água e sensor de impressões digitais sob o mesmo, o Galaxy A30s vem com 4GB de RAM e 64GB para armazenamento, bateria de 4000mAh, tripla câmara com 25 MP, f/1.7 (wide), 8 MP, f/2.2 (ultrawide) e 5 MP, f/2.2 (wide), e câmara frontal com 16 MP, f/2.0, com os dois conjuntos a permitirem gravar vídeo a 1080p. A presença de rádio FM acaba por ser uma surpresa, que no entanto poderá ser útil a quem gosta de ouvir rádio sem preocupação com consumo de dados.
Para o processador a Samsung apostou no seu Exynos 7904. Este processador é um um octa-core com 2 núcleos A73 a 1.8 GHz para alto desempenho e 6 núcleos A53, a 1.6 GHz. Modelo já algo datado face aos mais recentes que já usam os núcleos A76 para as tarefas mais exigentes, mas adequado para o segmento em que se insere.
Em utilização
O Galaxy A30s é um smartphone bastante elegante, conseguindo ser muito agradável ao toque. As 6,4" do ecrã não são compatíveis com a utilização de apenas uma mão para operar o smartphone, havendo que recorrer a uma para o segurar e outra para interagir com o ecrã.
As cores são vibrantes, ou não estivéssemos na presença de um ecrã AMOLED. A Samsung faz questão de salientar este aspecto, apresentando um wallpaper animado no ecrã de bloqueio, com os tons fortes a causarem grande impacto.
A experiência de visualização acaba contudo por ser afectada, sobretudo quando se aproxima o smartphone da face, com a resolução HD+ num ecrã desta dimensão a mostrar as suas fraquezas. Há uma clara falta de detalhe da imagem, com os limites do ícones e texto a sofrerem com a falta de nitidez.
O armazenamento é outra das áreas onde este Galaxy A30s deixa algo a desejar. A velocidade de leitura está em linha com o que se exige a um gama média, mas os valores em escrita (~100MB/s) não ajudam a garantir um melhor desempenho.
O Exynos 7904 (e não o Exynos 7885 como aparece nas imagens), mesmo com a vantagem de estar a "alimentar" um ecrã de baixa resolução, não consegue deslumbrar. Responde bem na maioria das vezes, mas por norma há ligeiros atrasos que provocam a quebra de fluidez na interface.
Comparando os testes no Geekbench 4 para o Exynos 7904 com o Snapdragon 636, verifica-se que existe um equilíbrio nos resultados obtidos. Tendo em conta que os equipamentos com o processador da Qualcomm se mexem bastante bem, os atrasos e falta de fluidez na resposta podem dever-se á tecnologia utilizada no processador, com os núcleos Kyro a garantirem um aumento de desempenho de até 40%, face os processadores da geração anterior.
O facto de estarmos na presença de um equipamento de gama média-baixa não impediu a Samsung de apostar na sua interface One UI (v1.5), garantindo assim ao consumidor uma experiência transversal num alargado leque de equipamentos. É uma opção que naturalmente se saúda, pois facilita a interacção com os equipamentos da marca, não havendo que andar a "escavar" nas definições para se configurar uma determinada funcionalidade.
A interface OneUI pode no entanto também ser uma razão que ajude a explicar os ligeiros "soluços" na resposta do equipamento, pois o modesto hardware terá de lidar com dezenas de funcionalidades, acrescidas com que os smartphones de topo não qualquer problema em lidar. Entre as diversas opções disponíveis podemos encontrar a gestão da barra de navegação (por gestos), filtro de luz azul, galaxy themes, pasta segura (para guardar informações pessoais), movimentos e gestos, game launcher e a manutenção do dispositivo.
O desbloqueio do smartphone é um dos aspectos mais bem conseguidos, isto porque num equipamento de gama média-baixa, temos um sensor de impressão digital sob o ecrã e reconhecimento facial. Com o ecrã desligado não existe qualquer indicação sobre o local onde se encontra o sensor. Um toque no ecrã, revela um grafismo que indica a posição do sensor, algo que é útil, para quando "não se acerta" no local à primeira. O sensor não é dos mais rápidos a responder, mas compensa este facto com um boa eficiência na detecção da impressão digital. Para activar o reconhecimento facial é necessário ligar o ecrã, acção que pode ser realizada através da pressão do botão de power, ou de um duplo toque no ecrã (havendo que para isso, activar esta funcionalidade nas definições). Estes são dois exemplos de funcionalidades que até há bem pouco tempo só víamos ser apresentadas nos equipamentos de topo. A Samsung acaba assim por surpreender, acrescentando valor ao produto.
As câmaras
Tendo em conta que estamos na presença de um smartphone de gama média-baixa, as expectativas não eram muito elevadas. Afinal, os modelos topo de gama têm preços que permitirão comprar vários Galaxy A30s.
A tripla câmara traseira com 25 MP, f/1.7 (wide), 8 MP, f/2.2 (ultrawide) e 5 MP, f/2.2 (wide), câmara frontal com 16 MP, f/2.0, acabou por não desiludir, permitindo a obtenção de imagens aceitáveis, desde que em ambientes com boa iluminação. Não havendo luz, o flash é a única opção disponível.
O trio de câmaras é bastante versátil, mas os resultados pecam pela falta de detalhe, ficando-se pelos mínimos aceitáveis que permitam registar um momento para a posteridade.
Para "compensar" a falta de detalhe, têm sempre os emojis e efeitos, que possibilitam uma vertente de utilização mais descontraída.
Apreciação final
Numa altura em que testar smartphones topo de gama (exceptuando os dobráveis) é um exercício de detalhes, os smartphones de gama média acabam por se tornar ainda mais interessantes, fruto da relação preço/qualidade que conseguem oferecer. O policarbonato (plástico) está longe de ser uma má opção, bem pelo contrário. Quando bem utilizado pode dar origem a equipamentos muito bem conseguidos em termos estéticos, sendo este Galaxy A30s um bom exemplo; apresentando um corpo esbelto, embora algo alongando, bastante agradável ao toque.
Este smartphone da Samsung começou por ser uma agradável surpresa em termos de design, surpreendeu com os sistemas de desbloqueio (impressão digital e reconhecimento facial) e a panóplia de funcionalidades disponíveis, sendo apenas prejudicado pelos ocasionais atrasos difíceis de explicar.
Este carrossel acabou por dificultar a atribuição da classificação final, alternando entre um morno devido aos "soluções" que a interface apresenta ou pela resolução do ecrã, passando por um quente com os tons fortes e quentes do ecrã AMOLED, para por vezes merecer um escaldante, com o sensor de impressões digitais sob o ecrã e a qualidade do design a merecerem esta muito desejada atribuição.
Com um preço na casa dos 220€ (na Amazon ES) a fazer esquecer os pontos menos conseguidos, este Galaxy A30s teria garantido outra classificação, mas o valor a pagar no nosso mercado (a começar nos 250€) leva a que a avaliação se fique por um honroso "QUENTE".
Galaxy A30s
Quente
O Galaxy A30s da Samsung é um smartphone que deixa um sentimento agridoce a quem o utiliza. Se por um lado surpreende com design bem conseguido e ecrã AMOLED com sensor de impressões digitais, fica também limitado por uma resolução HD, processador mediano e velocidade do armazenamento.
Prós
- Design
- Qualidade de construção
- Funcionalidades disponíveis
Contras
- Ecrã HD
- Atrasos ocasionais na resposta da interface
Samsung Galaxy A30s
Aberto até de Madrugada
Quente (4/5)
A minha esposa ganhou este (sorteio nas prendad de natal dos colaboradores no emprego) e só não o usa por ainda não existir rom customizada sem as tretas da samxunga. Senão já o estaria a usar.
ResponderEliminarSem lógica alguma, a OneUi nada tem a ver com passadas rom's da Samsung. Deixe-se de inventar e utilize o terminal sem fantasmas! Há com cada um...
EliminarSem lógica é colocarem um interface pesado num aparelho que não tem capacidade de o utilizar a 100% com fluidez necessária como já foi frizado na própria review e eu testei em mão. Por isso não vejo problemas em criticar quem gosta de colocar o interface stock do android pesado com tretas que o otilizador comum nunca vai usar. "se as costoletas fossem perfeitas não havia cachorros quentes..." :P
EliminarE já agora ao contrário que apregoaram noutro post que a samsung estava a ser mais rápida que a propria google a implementar actualizações, neste dispositivo....
ResponderEliminar"O seu software está actualizado
- Versão actual: A307FNXXU2ASL1/A307FNOEM2ASL1/A307NXXU2ASL2.
- Nível de patch de segurança: 1 de Novembro de 2019."
Verificado ás 10h da manha do dia 17/1 A esta altura o meu aondroid one está a receber o patch de segurança de janeiro de 2020...
O que interessa? nada.... porque adoro olhar para o ecrã de bloqueio deste menino.... é hipnotizante ver os pompons a mexer.... :P