2020/02/22

Compra da Fitbit pela Google levanta preocupações com dados na UE


A entidade de protecção de dados europeia - EDPB (European Data Protection Board - está preocupada com a compra da Fitbit pela Google, que lhe dará acesso a dados detalhados de actividade, saúde e localização, de milhões de clientes.

Numa altura em que a acumulação de dados sobre os cidadãos se torna num assunto cada vez mais sensível, a aquisição da Fitbit pela Google pode tornar-se num daqueles negócios que fica em risco por estar a ser feito neste momento. A preocupações com a Google se apoderar dos dados detalhados de mais de 28 milhões de clientes Fitbit é válido; mas parece-me que, neste caso, não deixa de ser apenas uma gota de água no oceano de dados que a Google já armazena.

É preciso ter em conta que a Google já recolhe os dados de movimentação e localização da maioria dos utilizadores que usam smartphones Android (e que usam as suas apps, como o Google Maps, em iOS) - desde que os utilizadores não recusem essa recolha de dados; e através do Google Fit acabam também por reunir dados recolhidos a partir de outros dispositivos que enviem os dados para o serviço da Google.

Sem dúvida que obter dados que podem chegar a incluir a sua frequência cardíaca ao longo do dia servirá para criar perfis ainda mais completos sobre os utilizadores - que serão de valor "incalculável" para seguradoras, serviços de saúde, etc. - mas, tendo em conta a verdadeira dimensão da recolha de dados que já é feita, não será o acesso aos dados da Fitbit a fazer a diferença. Será talvez mais grave que apps e serviços relacionados com saúde possam alterar os seus termos e condições à sua vontade.

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