Há muito que se fala do imenso potencial (e preocupações) do acesso aos dados de localização dos smartphones e telemóveis, e o cenário de pandemia do coronavirus vem demonstrar mais uma das suas facetas.
Os dados de localização dos telemóveis / smartphones têm sido utilizados por diversos países, quer para analisar os padrões de contágio, quer para controlo de pessoas confinadas às suas residências. Ainda assim, é difícil ter uma verdadeira noção do poder que o acesso a estes dados permite, e que é rapidamente exemplificado por um exemplo concreto, de como em poucos segundos se pode descobrir os destinos de todos os smartphones que estiveram num festival de praia.
This shows the location data of phones that were on a Florida beach during Spring Break. It then shows where those phones traveled.— Mikael Thalen (@MikaelThalen) March 26, 2020
First thing you should note is the importance of social distancing. The second is how much data your phone gives off. pic.twitter.com/iokUX3qjeB
A realidade supera aquilo que se vê nos filmes, permitindo seleccionar a data em questão, desenhar a área de interesse que se quer seguir, e depois ver o percurso que todos os telemóveis / smartphones que tiveram nesse local fizeram. É até possível diferenciar as pessoas usando a velocidade média, para determinar que pessoas terão ido a pé para casa, ou de bicicleta, ou de carro (ou outros meios de transporte, caso tenham ido para estações de comboio, ou aeroportos, etc.)
Continuing our look at #SocialDistancing impact on #COVID19 ... This week @NYGovCuomo took decisive action calling for New Yorkers to #StayHome We took a look at mobile device movement leaving NY this week and the data shows strict policy is needed! pic.twitter.com/N6pElCoZjC— Tectonix GEO (@TectonixGEO) March 26, 2020
Estes dados são obtidos directamente junto dos operadores de telecomunicações, e não há nada que qualquer utilizador de um smartphone ou telemóvel possa fazer para o evitar. E embora os operadores tentem sempre desvalorizar estes dados como tendo sido "anonimizados" e desprovidos de informação identificativa do cliente em questão, já está mais que demonstrado que é extremamente fácil fazer a identificação de quem é quem a partir dos locais que visita.
Também importa frisar que este tipo de monitorização é feito desde há muito tempo, e que não se deve apenas ao cenário do coronavirus. E como tal, é também garantido que se irá manter depois do cenário de pandemia ter sido ultrapassado.
E o BIG BROTHER no seu perfeito esplendor.
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