2020/07/04

EUA estudam "protector solar" para arrefecer a Terra


Com as metas definidas para a redução das emissões de CO2 a serem repetidamente adiadas, nos EUA já há quem contemple a arriscada ideia de considerar um "protector solar" à escala planetária para combater o aquecimento global.

Todos os estudos científicos apontam para uma relação directa entre as emissões de CO2 e o aquecimento global (sim, mesmo tendo em conta os habituais ciclos de eras quentes / frias) que tem ocorrido a ritmo acelerado desde o início da revolução industrial. Só que, em vez de se resolver o problema na origem - reduzindo essas emissões e apostando em tecnologias mais amigas do ambiente - parece haver quem ache que a solução é interferir ainda mais com o planeta, criando uma barreira protectora na atmosfera que reduza a exposição solar.


A ideia seria adicionar na atmosfera partículas reflectivas que desviassem a energia solar que atinge o planeta, de forma a contrabalançar o aquecimento global.

Embora por agora se trate apenas de intenções para que sejam feitos estudos sobre a potencial eficácia de tal medida, penso que não será preciso ser cientista para começar a enumerar os assustadores efeitos secundários que daí poderiam ocorrer: tanto a nível do impacto na agricultura, como na produção de energia solar, como do efeito que teria no aquecimento dos oceanos.

É que, basta olhar para o que se tem passado ao longo dos últimos 100 anos, em que efectivamente já temos feito algo do género, alterando o nível de CO2 na atmosfera (e sem falar da questão dos gases que afectaram a camada de ozono). Duvido que a solução seja atirar ainda mais "lixo" para a atmosfera... Que tal começarmos para reverter o mal que já foi feito, antes de começar a pensar em alternativas mais radicais?

Se há biliões para salvar bancos e empresas falidas, de forma cíclica a cada poucos anos, não se poderão investir alguns desses biliões para acelerar a adopção de tecnologias limpas que nos permitam ter um planeta que se mantenha habitável durante os próximos milénios?

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