2020/11/17

Huawei vende Honor a consórcio chinês

Tal como tinha sido antecipado, a Huawei vai mesmo avançar com a venda da Honor a um consórcio de empresas e entidades chinesas, como forma de tentar libertar a sub-marca das restrições dos EUA.

A Huawei tem estado literalmente estrangulada no acesso a tecnologias e componentes chaves para manter a produção e evolução dos seus produtos, e a venda da Honor não deixa de ser uma tentativa desesperada para garantir a sobrevivência desta sua sub-marca. A Honor passará a pertencer a um consórcio de várias dezenas de empresas e entidades chinesas, com grande parte delas a serem entidades ligadas ao governo chinês, com a China Telecom e o Shenzhen Smart City Development Group; o que tanto poderá ser visto como uma legítima ajuda do governo chinês para auxiliar uma das maiores empresas do país que tinha alcance global e que viu as suas ambições afundarem-se por decreto de um governo estrangeiro, como poderá também penalizar as esperanças de que a Honor seja vista como empresa independente de agora em diante.

Essa mesma proximidade ao governo chinês faz temer que os EUA simplesmente continuem a aplicar as mesmas medidas restritivas à Honor, apesar de oficialmente deixar de ter qualquer relação administrativa com a Huawei; mas poderá também ser uma oportunidade para que os EUA demonstrem uma abertura ao potencial apaziguamento das relações - já que, até à data, continua sem ter demonstrado qualquer prova concreta quanto às acusações de que o equipamento da Huawei poderia ser utilizado para espionagem.

Faltará ver qual será a posição da nova administração Biden relativamente a este caso, quando se instalar na casa Branca e começar a limpar todas as confusões deixadas por Trump.

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