2021/01/07

Serviço de streaming Peacock aposta em modalidades diferenciadas para os fãs do The Office

Com a proliferação dos serviços de streaming, há alguns que parecem não ter vergonha em entrar por modalidades abusivas que desafiam o bom senso.

Depois dos operadores de telecomunicações que oferecem tarifários zero-rating com alguns serviços incluídos, temos agora os estúdios de televisão (que na prática fazem parte dos conglomerados de comunicações) a tentarem a sorte com modalidades idênticas nos serviços de streaming. O Peacock - mais um serviço de streaming - da NBC, que pertence à Comcast, não oferece apenas uma modalidade de acesso ao serviço; em vez disso, vai preparando o caminho para o equivalente ao zero-rating no streaming, com umas modalidades a darem acesso a apenas algumas temporadas, e sendo necessário pagar para ter acesso a tudo.

Neste caso, o Peacock tenta aliciar novos clientes com uma modalidade gratuita, mas que só dá acesso às primeiras duas temporadas do The Office. Para se ter acesso a todas as temporadas será preciso pagar $4.99 por mês pelo serviço Peacock Premium, mas tendo que se levar com publicidade. Para quem quiser a experiência completa de streaming, sem publicidade, terá que pagar o dobro, $9.99 por mês.

Como se não fosse já suficiente ter que lidar com os conteúdos que vão desaparecendo das plataformas de streaming, fica mais que demonstrado que esta vertente de modalidade diferenciada visa testar o mercado para no futuro se poder fragmentar ainda mais os serviços de streaming, como adorariam os canais de TV para os aproximar das modalidades dos canais por cabo. Não se admirem se daqui por mais algum tempo, serviços como este Peacock oferecerem uma modalidade que dá acesso à série X, mas sendo necessário pagar extra para também se poder ver a série Y - ou, para tornar a coisa ainda mais abusiva, disponibilizar uma modalidade que dá acesso às temporadas mais antigas ou apenas aos episódios iniciais de cada temporada, mas sendo necessário pagar pela modalidades "Extra Pro Mais Turbo" para se poder ver as últimas temporadas ou os últimos episódio.

Depois de tantos anos com a pirataria a reduzir-se, suspeito que vamos assistir a uma inversão graças a este tipo de jogadas abusivas nos serviços de streaming.

6 comentários:

  1. "Com a proliferação dos serviços de streaming, há alguns que parecem não ter vergonha em entrar por modalidades abusivas que desafiam o bom senso."

    Não percebo, as empresas propõem um serviço vai depender do público aderir ou não, será que tb é uma vergonha comprar fruta descascada e partida (mais cara no supermercado) ou peitos de frango ao invés do frango completo?

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    1. Só que neste caso a comparação seria mais do estilo de teres um restaurante que oferece "all you can eat" por um preço fixo; mas depois começa a dizer "ah, só pode comer meia-salsicha; se quiser o resto afinal tem que pagar pela modalidade all you can eat premium plus".

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    2. Nada disso, as condições são claras e adere quem quer. Ainda oferecem 2 temporadas, utilizado o all you an eat, as pessoas podem comer salsichas e hamburgers gratis, se quiserem bifes, pagam!!!

      Tal como o zero rating, eu como empresa proponho os serviços que achar melhor, cabe ao consumidor escolher.

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    3. Claro, enquanto empresa há que maximizar os lucros. O que não é admissível é tentarem fazer passar a ideia que isso é uma vantagem para os consumidores, quando está mais que demonstrado que só ficam a perder.

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    4. As condições são claras....
      Na realidade não são. Retiram conteúdos sem dizer nada, mudam os termos de serviço a seu belo prazer (whatsapp anyone), já para não falar na qualidade do streaming....

      E o zero rating é apenas uma forma de matar a concorrência, dizendo aos consumidores q podem usar um serviço de borla mas se quiserem utilizar o seu concorrente têm de pagar.

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  2. Neste exemplo do peacock qual é o engano aos consumidores?

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