2021/03/17

iPhones com apps "pré-instaladas" na Rússia

A partir de 1 de Abril os iPhones passarão a sugerir uma série de apps durante o processo de configuração inicial na Rússia.

Apesar de ter ameaçado com a saída do mercado russo caso avançasse a legislação que obrigasse a fazer a pré-instalação de apps nos iPhones, a Apple parece ter encontrado um ponto intermédio que, por agora, considera ser aceitável. A partir do próximo mês, durante a configuração inicial, os iPhones na Rússia vão passar a apresentar um ecrã adicional com sugestão de apps russas definidas pelo governo, que serão instaladas automaticamente. No entanto, os utilizadores continuarão a ter a opção de não as instalarem, ou de as removerem após serem instaladas - pois limitam-se a ser apps que já estariam disponíveis via App Store de qualquer forma.

É um método que evita o cenário mais temido pela Apple e pelos utilizadores, de que a Rússia pudesse incluir apps suas directamente de fábrica nos iPhones, potencialmente com permissões pré-activadas que permitissem a sua monitorização (e que seria a coisa que poderia levar a Apple a sair do mercado russo) - mas é uma cedência por parte da Apple que irá enfraquecer a sua posição no controlo que detém sobre o iOS e também sobre a App Store.

Apesar de tecnicamente ser apenas uma sugestão de apps, é inevitável que outros países comecem a exigir o mesmo tipo de tratamento, usando-o para promover apps nacionais. Algo que, se for feito desta forma - tal como já acontece em muitos smartphones Android que apresentam uma lista de apps a instalar durante o processo inicial de configuração - nem sequer poderá ser visto como "negativo". No Android na Europa até já temos coisas como a sugestão de utilização de motores de pesquisa alternativos ao da Google, coisa que ainda não acontece no iOS. O problema é se isto estiver a ser feito apenas como o primeiro passo para o tal cenário das apps efectivamente pré-instaladas, que nem sequer possam ser removidas e permitam fazer tracking. Isso é algo que a Apple, neste momento, diz que não estaria disposta a aceitar e preferiria sair desse mercado, mas... o que faria se isso estivesse a ser exigido não só na Rússia ou China, mas também nos EUA e Europa? Deixaria de vender iPhones? Esperemos que o futuro não chegue ao ponto de termos que descobrir.

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