Com mais de 4 mil milhões de dólares de prejuízo acumulado nos últimos seis anos pela sua secção de smartphones, a LG decidiu oficializar aquilo que já se temia há muito, anunciando a sua saída do sector dos smartphones. Uma nova etapa numa empresa que, no início do século, era o terceiro maior fabricante de telemóveis do mundo, atrás da Nokia e da Samsung.
Esses velhos tempos de glória há muito que se esfumaram, actualmente representando menos de 2% do mercado; e isto mesmo depois da LG ter sido responsável por alguns dos mais adorados e icónicos modelos dos Nexus da Google, os Nexus 4 e Nexus 5. Igualmente triste é ver que, desde esses tempos, e particularmente nestes últimos anos em que a crise estava instalada na marca, a LG não se conseguiu reinventar para fazer face às marcas chinesas que foram dominando o mercado, como a Huawei, Vivo, Oppo e Xiaomi. Em vez disso, optou por ir apostando em coisas estranhas, que apesar de curiosas não pareciam ter grandes hipóteses de inverter o seu rumo, como o recente smartphone com ecrã rotativo, ou o prometido modelo com ecrã de esticar - que agora nunca se irá concretizar.
Penso que não teria sido difícil para a LG limitar-se a olhar para os modelos de sucesso e replicar a fórmula (ao estilo do que a OnePlus fez originalmente, ou a Xiaomi fez com os Poco), lançando modelos de gama média a preço ultra-competitivo. Mas, pode também ser devido a ter demorado demasiado tempo para o fazer, ao ponto de deixar de ter condições negociais junto dos fornecedores para obter os componentes necessários. É pena... pois parece-me que seria algo que estaria perfeitamente ao seu alcance, e que só não o foi por falta de visão dos responsáveis desta secção.
Actualização: A LG diz que irá lançar actualizações com Android 11, Android 12 e Android 13 para alguns dos seus modelos.
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