2021/09/05

Alemanha quer 7 anos de actualizações de segurança nos smartphones

A Alemanha quer ir além do que a UE está a preparar, e pede 7 anos de actualizações de segurança para smartphones, assim como peças para reparação.

A maioria dos fabricantes de smartphone limita-se a oferecer 2-3 anos de actualizações de segurança para os seus produtos, o que acaba por tornar muitos smartphones obsoletos precocemente. A União Europeia está a preparar uma exigência de 5 anos de actualizações de segurança, mas a Alemanha quer ainda mais.

A Alemanha pede 7 anos de actualizações de segurança, e a par disso pede também que continuem a ser disponibilizadas peças de substituição para permitir a sua reparação. Uma medida que, sem surpresas, é combatida pelo grupo DigitalEurope (que inclui a Apple, Google, Samsung e outros), que quer manter as actualizações durante três anos, e limitar o fornecimento de peças apenas a ecrãs e baterias, deixando de fora câmaras, colunas, e outros componentes.

Sabendo-se os riscos que é utilizar software desactualizado - e neste caso um sistema desactualizado - utilizar um smartphone que deixa de receber actualizações de segurança torna-se numa proposta inaceitável; mesmo nas situações em que o smartphone em si ainda seria perfeitamente capaz de se aguentar durante mais um par de anos.

A proposta da UE poderá entrar em vigor em 2023, veremos se se alinha com os interesses dos fabricantes por intermédio da DigitalEurope, ou se optará por alinhar com as exigências alemãs.

5 comentários:

  1. A UE (e a Alemanha muito bem, assim como Portugal e todos os outros se deveriam juntar) deve defender os direitos dos cidadãos e planeta, e isto faz sentido.

    99% das empresas em questão, não só têm lucros de milhares de milhões como não pagam praticamente impostos na Europa. Assim que não têm que ter "perdão" nem têm que fazer modelos descartáveis que muitas vezes têm uma arquitectura similar capaz de ter a ultima tecnologia de software nas não recebem porque não interessa à marca.

    Ora, chega de só seguir-se o interesse da marca e bem-vindo aos interesses dos clientes.

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  2. Plenamente de acordo, sendo os 5anos o valor mínimo aceitável de actualizações e reparações. Há que promover a duração dos equipamentos e não o compra-usa-deita-fora de 1 a 2 anos que as marcas tanto gostam.
    É uma lei muito bem vinda e a favor da redução do lixo eletrônico.

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  3. Primeiro queria deixar uma sugestão de correcção: "peças" em vez de "pelas" ;)

    De seguida, honestamente este tipo de medidas faz-me lembrar o tipo de medidas que têm vindo a ser faladas sobre as lojas de aplicações. O mercado em mais de 10 anos tem vindo a consolidar-se, nunca foram disponibilizadas atualizações por um período de tempo tão alargado de tempo. Mas a escolha dos consumidores parece não valorizar isso em relação a outros aspetos da compra, certo é que mesmo para alguém bem instruído, é díficil saber durante quanto tempo se vão ter atualizações, e o mais comum até é que as promessas não sejam cumpridas. Só não gosto muito de ver os governo a imporem exigências que criam disrupção e podem muitas vezes ser impossíveis de garantir, só para mostrar que fazem alguma coisa, que têm força, reivindicado características específicas de um produto que a maioria dos users não se parece preocupar e com encargos acrescidos para os consumidores. Vai-se a ver no fim e só vai haver um modelo BQ ou outro europeu que garanta essa valência. Adicionalmente queria deixar claro que é um aspeto que pode muito bem ser garantido com medidas que já existem como aqueles etiquetas de eficiência energética, podiam perfeitamente fazer um índice normalizado que incluísse reparabilidade e suporte com atualiazações de segurança, os fabricantes teriam mais um incentivo para garantir meia-dúzia de modelos que cumprissem certos targets e até ajudava a tornar mais claro para o utilizador que esta ou aquela característica são um aspeto importante do artigo a comprar. Que é o que acontece ao contrário com estas regras, o consumidor nem sabe que as atualizações de segurança podem depender do fabricante ou da operadora por ex.

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  4. Isto é bom mas NÃO chega.

    Queremos bootloaders desbloqueáveis, poder fazer bootload relock com uma chave própria nossa, SafetyNet para LineageOS a funcionar

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