2021/10/26

Facebook começou a dar mais valor às reacções do que os likes em 2017

Os simpáticos icons de reacção no Facebook não foram algo acrescentado por acaso, passando a ser muito mais valorizados pelo Facebook que o seu famoso "like".

Os "Facebook papers" continuam a ser analisados e a revelar detalhes sobre as estratégias internas do Facebook. Uma delas é referente à implementação dos icons de reacção: os pequenos emoji que com um simples clique permitem que os utilizadores expressem se gostam, se riem se ficam surpreendidos, tristes ou zangados - expandindo a gama de opções parra além do simples like.

Pode parecer apenas uma evolução natural, derivada da situação algo estranha de se poder fazer "like" num post de uma notícia trágica - como a morte de alguém - como forma de demonstrar solidariedade, mas a verdade é que esta alteração se tornou num poço de novas formas de fazer tracking dos utilizadores e das publicações. Sendo que, já em 2017, o Facebook valorizava cinco vezes mais as reacções do que os likes genéricos.

Até investigadores internos do Facebook alertaram que as alterações que promoviam publicações com muitas reacções poderiam levar a situações de promoção de conteúdos tóxicos ou indesejados, mas as directrizes da empresa deixavam bem claro que a única coisa que importava era garantir que o máximo de pessoas passasse o máximo de tempo a interagir no Facebook, e apresentar-lhes conteúdos polémicos, a que seria impossível ficar indiferente, passou a ser uma forma natural de o conseguir... com todas as consequências daí derivadas, de levar muitas pessoas para antros de teorias da conspiração.
É pena ter que se chegar a um ponto em que potencialmente tenha que haver legislação para regulamentar algoritmos de "sugestões" de conteúdos; mas tudo isto poderia muito facilmente ser evitado através de uma simples opção que fizesse com que as coisas ficassem como eram no início: em que cada utilizador apenas via os conteúdos que expressamente escolhia seguir, pessoas, páginas, grupos, etc. Sem ter que se sujeitar às coisas que o Facebook (e outras plataformas) insistem em sugerir para os aliciar a ficar mais tempo por lá.

Sem comentários:

Enviar um comentário (problemas a comentar?)