A série sul-coreana Squid Game tem sido um sucesso a nível mundial na Netflix, mas no seu país Natal está a fazer com que a SK Broadband queira que a Netflix pague pelo tráfego.
A eterna guerra do uso gratuito da internet ou do pagamento pelos dados usados volta ao centro das atenções, com a SK Broadband a querer que a Netflix pague pela utilização do enorme volume de dados. Na Coreia do Sul os maiores responsáveis pelo consumo de dados são o YouTube e a Netflix, dois serviços que não pagam aos operadores de internet no país, em contraste com a Amazon, Apple e Facebook, que pagam pelo uso de dados. Agora, a SK Broadband aproveita o sucesso da série Squid Game, a primeira série sul-coreana a chegar aos tops da Netflix em diversos países, para tentar fazer com que a Netflix se junte ao grupo dos pagadores.
A SK Broadband diz que o sucesso dessa série, e outras, fizeram o seu volume de dados aumentar substancialmente, sendo algo 24 vezes superior ao que era em 2018. Um espaço de tempo que infelizmente não será representativo do efeito da Netflix por si só - mas não seria de esperar outra coisas por parte de um operador de telecomunicações.
A Netflix diz que esse aumento de tráfego não pode ser atribuído apenas a si, e que é da responsabilidade do operador ter uma infraestrutura que permita aos seus clientes acederem aos conteúdos que quiserem, independentemente de serem vídeos da Netflix ou quaisquer outros. O que o operador também não referiu, é que a Netflix disponibiliza servidores que ficam alojados nos próprios operadores, que reduzem drasticamente o consumo de dados externos, permitindo que o consumo de dados ocorra inteiramente dentro da rede de cada operador.
Isto acaba por ir dar ao ponto fulcral que é o de os operadores venderem serviços de internet com velocidades anunciadas que depois não têm capacidade de cumprir se os seus clientes realmente utilizarem o serviço. E isso acaba por se tornar ainda mais caricato numa altura em que todos eles promovem coisas como o 5G como sendo a nova maravilha à face da Terra, que irá "permitir tudo e mais alguma coisa"... mas aparentemente, só se os utilizadores não começarem a ver todos Netflix.
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