Mantendo a tradição do lançamento de dois modelos topo de gama por ano, a Huawei tem no Mate 50 Pro a sua mais recente proposta para o segmento premium, procurando manter viva a chama que chegou a ofuscar a concorrência na batalha pelo domínio do mercado mobile.
Unboxing
O smartphone em primeiro plano, é apresentado envolto num elemento de papel para protecção dos vidros quanto a riscos,
Por baixo do smartphone, a documentação de referência e os acessórios, dispostos no formato habitualmente utilizado pela marca.
O Mate 50 Pro conta com uma sempre útil capa de silicone, carregador e cabo USB-C e clip para instalação dos cartões.
Numa altura em que se verifica uma corrida à taxa de carregamento mais alta, o SuperCharge da Huawei apresenta-se estagnado nos 66W
Especificações:
- Ecrã OLED
- Tamanho: 6,74"
- Taxa de actualização: até 120 Hz
- Resolução: 2616 × 1212 Pixéis
- Processador
- Snapdragon 8+ Gen 1 4G Mobile Platform
- Octa-core, 1 × Cortex-X2@3.2 GHz + 3 × Cortex-A710@2.75 GHz + 4 × Cortex-A510@2.0 GHz
- GPU Adreno
- Memória: 8 GB RAM
- Armazenamento
- 256 GB / 512 GB ROM
- NM SD Card, até 256 GB
- Câmaras
- Traseira
- 50 MP Ultra Aperture (abertura F1.4~F4.0, OIS)
- 13 MP Ultra-Wide Angle (abertura F2.2)
- 64 MP Telephoto (abertura F3.5 , OIS)
- Frontal: 13 MP Ultra-Wide Angle (F2.4) + 3D Depth Sensing Camera
- Bateria: 4700 mAh
- Carregamento
- SuperCharge (Max 66 W)
- Wireless SuperCharge (Max 50 W)
- Classificação de resistência à água: IP68
- Conectividade
- WiFi
- 2.4 GHz and 5 GHz
- 802.11 a/b/g/n/ac/ax, 2 × 2 MIMO, HE160, 4096 QAM, 8 Spatial-stream Sounding MU-MIMO
- Bluetooth: 5.2, suporta codecs BLE, SBC, AAC, LDAC.
- USB: Type-C, USB 3.1 GEN1, suporta DP1.2
- Dimensões
- Altura: 162.1 mm
- Comprimento:75.5 mm
- Espessura:8.5 mm
- Peso
- Vidro: ~ 209 g
- Pele Vegan : ~205 g
O Mate 50 Pro
A traseira facilmente vende o produto, com a Huawei a apostar num design algo minimalista, com o logótipo na zona inferior e o bloco de câmaras num arranjo circular, na zona oposta.
Na lateral inferior, coluna para saída de som, porta USB-C, microfone e slot para os cartões. Não confundir o microfone com o orifício para soltar a bandeja que aloja os cartões.
Na lateral direita, botões de volume e ligar/desligar, com este último a apresentar uma tonalidade diferente.
Na frente, corte no ecrã, para a câmara frontal, sensores e coluna auxiliar.
As margens do ecrã são reduzidas, com a curvatura lateral do ecrã a ajudar a neste campo, dado a ideia de as mesmas serem mais pequenas do que efectivamente são.
O sensor de impressão digital surge na zona inferior do ecrã, algo que obriga à deslocação do polegar para esta área, isto quando seria muito mais prático e cómodo de o fazer, para uma zona mais central do ecrã. O processo de registo da impressão digital é relativamente lento, mas o reconhecimento da mesma é rápido e eficaz, desbloqueando o smartphone à primeira tentativa.
Em utilização
As linhas que marcaram a série Mate continuam a estar bem visíveis neste Mate 50 Pro, se bem que não conseguem disfarçar a erosão provocada pelo bloqueio imposto pelos EUA. As bases estão lá, mas falta inovação, algo a que a Huawei tinha habituado os seus clientes, se bem que de uma forma "controlada", não entrado em loucuras pelas últimas novidades (ex: resolução do ecrã, sensor de impressão digital sob o ecrã).
O processador Kirin da HiSilicon dá lugar a um Snapdragon da Qualcomm limitado a 4G, algo que nos tempos que correm, ainda não será preocupante. No entanto, tratando-se de um equipamento para o segmento premium, é expectável que se mantenha ao serviço durante 4, 5 anos, altura em que o acesso ao 5G já poderá estar massificado.
Teste de stress no 3DMark
O processador Snapdragon já conhece um sucessor (Gen 2), mas tal facto não será motivo para preocupação, com o Snapdragon 8+ Gen 1 a estar à altura daquilo que se deve exigir a um topo de gama. Contudo, haverá que contar com uma significativa redução de desempenho (ver imagem dos testes com o 3DMark) aquando de uma utilização prolongada de jogos ou outras acções que requeiram elevada capacidade de processamento.
O ecrã OLED com resolução 2616×1212 pixéis (428ppp) fica ligeiramente abaixo do QHD, isto quando temos equipamentos no mesmo segmento com resolução (e ppp) superior, algo que no entanto não surpreende, pois a Huawei sempre foi comedida neste aspecto. Já a opção por um sempre bonito ecrã frontal curvo, além da utilidade questionável, acaba por já estar fora de moda, com a grande maioria das marcas a limitar a curvatura ao vidro traseiro, isto quando não a eliminam quase na totalidade, colando-se à opção da Apple.
Com três opções para a taxa de actualização do ecrã - padrão (60Hz), alta (120Hz), e dinâmica (alternando entre 60Hz e120Hz) - não fica claro se o ecrã consegue baixar até aos 10Hz ou até mesmo 1Hz, retirando daí vantagens em termos de consumo de energia.
Segundo a Qualcomm, esta versão "+" apresenta uma GPU Adreno com uma velocidade de relógio 10% superior e uma redução de consumo de 30%. Já os núcleos Kryo disponibilizam um desempenho 10% superior, o qual vem acompanhado de uma sempre bem vinda melhoria de 30% na eficiência energética.
Se tivermos em conta a referida melhoria na autonomia, os 748 minutos (já corrigidos para 4700mAh) obtidos pelo Xiaomi 12 no teste de bateria PCMark Work 3.0, deveriam passar para 972 minutos, ou 15,7h, batendo o resultado obtido pelo Find X5 Pro da Oppo.
O Mate 50 Pro conseguiu efectivamente um melhor resultado neste teste do PCMark Work 3.0, com mais 248 minutos de autonomia (997 minutos), resultado que ultrapassa a previsão de +30%, confirmada pelo valor acima extrapolado a partir da informação divulgada pela Qualcomm. O Mate 50 Pro passa assim para a liderança deste teste de autonomia para os smartphones do segmento premium.
Uma carga completa, com o carregador e cabo USB-C fornecidos pela marca, leva cerca de 38 minutos a completar. O Mate 50 Pro chega aos 25% de carga em apenas 7 minutos, com os 40% a levarem 11 minutos. Não tendo um carregador com a maior potência do mercado, os 66W são suficientes para garantir 60% de carga em menos de 20 minutos, algo que será suficiente para sair de casa sem preocupações. Com 38 minutos, terão uma carga completa, pelo que os carregamentos durante a noite passam a ser cada vez menos necessários.
O armazenamento UFS 3.1 apresenta-se num excelente nível, com 574MB/s em escrita sequencial, 1,43GB/s em leitura sequencial e 45MB/s em escrita aleatória, registo que passa para o top 3 dos equipamentos até ao momento alvo de análise.
Se em termos de design e hardware há opções que se podem considerar questionáveis, o mesmo não se pode dizer da qualidade de construção, a qual continua a apresentar elevados níveis de excelência. Apesar da dimensão, é um equipamento confortável em utilização, não existindo qualquer aresta ou elemento mal acabado a destoar do conjunto.
Aplicações e jogos propostos na configuração inicial
No que ao software diz respeito, não se justifica fazer uma detalhada explicação da situação. A Huawei continua a procurar fortalecer a oferta disponibilizada pela sua AppGallery, havendo cada vez mais opções disponíveis, o que com maior ou menor dificuldade permite instalar a grande maioria das aplicações e jogos que ocupam o top de downloads.
O caminho continua a ser trilhado pela marca chinesa, mas está ainda longe de estar terminado, havendo muitas arestas por limar. Entende-se a necessidade de informar o utilizador sobre os perigos que poderá enfrentar ao instalar aplicações de determinadas fontes, mas se o perigo existe, para quê apontar o caminho? Não seria mais indicada uma cuidada curadoria através do Petal Search, ficando a cargo de cada um optar por outras soluções, ao invés destas serem apresentadas pelo motor de pesquisa ao utilizador? Com cada vez mais opções disponíveis na AppGallery, o motor Petal Search deveria apontar apenas para a loja da marca e, na melhor das hipóteses, sugerir outras opções, mas sem ligação directa às mesmas.
A EMUI na versão 13, apresenta-se a correr sobre Android 12, com o patch de segurança a estar altamente desactualizado - de Agosto de 2022. A unidade em análise encontra-se a correr uma versão de teste, pelo que é de esperar que as unidades no mercado estejam com uma versão actualizada do patch de segurança.
Nota ainda para a integração no ecossistema, com o Mate 50 Pro a poder ser utilizado em conjunto com os portáteis e tablets da marca (opção não testada).
As câmaras
O Mate 50 Pro apresenta-se com um cartão de visita que não deixa margem para grandes dúvidas, ocupando à data da publicação desta análise o segundo lugar no teste do DxOMark, tendo o smartphone da Huawei sido recentemente ultrapassado pelo "primo" Honor Magic5 Pro.
A interface segue as linhas que vinham a ser apresentadas pela Huawei, com atalhos para funções e definições à esquerda, zoom, modos de fotografia/vídeo e botão de disparo, álbum e alternância de câmaras, à direita. No zoom acima das 15x, surge um auxiliar de imagem para enquadramento da zona a captar imagem.
Opções para configuração da aplicação que controla a câmara, onde não faltam soluções para adaptar a mesma a gosto do utilizador.
Em termos de resultados, o segundo lugar no índice do DxOMark é desde logo um garante de qualidade. Apesar de já não contar com a colaboração da Leica (agora noutras paragens mais ao lado) a Huawei consegue manter um excelente nível de qualidade nas fotografias e vídeo, com o conjunto de câmaras a mostrar-se capaz de disponibilizar excelentes resultados, independentemente das condições ambiente do momento.
O zoom até 100x acaba por ser uma questão de marketing, mas as 10x e até mesmo as 20x em algumas condições, apresentam resultados muitíssimo bons, com grande nível de detalhe.
Mate 50 Pro AI ligada, Mate 50 Pro modo noite e Mate 30 Pro modo noite
Imagens num ambiente pouco iluminado não serão motivo para grande preocupação. As câmaras do Mate 50 Pro conseguem disponibilizar resultados com grande nível de detalhe. Para sustentar esta afirmação, devem ter em conta que as imagens em cima foram captadas numa divisão sem qualquer fonte de luz directa, havendo apenas luz indirecta, algo que poderão constatar na imagem à direita, onde foi captado o momento em que estas fotografias estavam a ser tiradas.
Não estando em causa os bons resultados, tendo em conta que se trata de duas gerações de diferença, seria de esperar uma maior diferença de resultados entre o Mate 30 Pro e o Mate 50 Pro, para as fotografias no modo noite. Esta questão fica bem patente no bloco de três imagens acima apresentadas, onde o Mate 30 Pro se acaba por bater bastante bem, disfarçando a "idade".
Não estando em causa os bons resultados, tendo em conta que se trata de duas gerações de diferença, seria de esperar uma maior diferença de resultados entre o Mate 30 Pro e o Mate 50 Pro, para as fotografias no modo noite. Esta questão fica bem patente no bloco de três imagens acima apresentadas, onde o Mate 30 Pro se acaba por bater bastante bem, disfarçando a "idade".
Apreciação final
O Mate 50 Pro é ainda um produto incompleto. A questão do software, apesar das evoluções que apresenta, continua a não estar nos níveis exigíveis, sobretudo para quem não prescinda dos serviços da Google. Para estes últimos, não há sequer hipótese de considerar este smartphone da Huawei.
Quem não dependa das soluções da Google, terá de contar com as referidas limitações no software e um acréscimo de preocupação nas fontes para instalação de aplicações, com a nossa recomendação a passar por apenas utilizar os conteúdos disponíveis na AppGallery, podendo em alternativa e com a devida atenção, considerar opções disponíveis em sites de créditos firmados, como é o caso do ApkMirror.
Se no software a situação está longe de ser a ideial, o mesmo não se pode dizer da qualidade de construção e design, onde a localização do sensor de impressão digital é o único aspecto a rever. O hardware está ao nível do que se exige a um equipamento do segmento premium, com um excelente desempenho global, mas o processador Snapdragon acaba por comprometer na execução de tarefas mais pesadas, caso estas se alonguem no tempo, não sendo o sistema de arrefecimento capaz de compensar o calor gerado.
Avaliar um produto nestas condições, acaba por ser uma tarefa ingrata. Se por um lado temos um equipamento de eleição, com um design premium, confortável em utilização, câmaras versáteis para todas as situações, o software continua a ser uma limitação, impondo um envergonhado e redutor "Morno", que numa situação sem embargos, daria com toda a naturalidade e justiça lugar a um distinto Escaldante.
Huawei Mate 50 Pro
Morno
PrósContras
- Qualidade de construção
- Prestação global das câmaras
- Fontes de software disponíveis
- Sem serviços Google
- Evolução da fotografia com pouca luz aquém do esperado
- Apenas 4G
Aberto até de Madrugada
Morno (3/5)
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