Nos EUA já se começou a dar uso às gravações dos carros autónomos para auxiliar na investigação de crimes.
Comprovando aquilo que temos referido já há vários anos, o aumento do número de carros autónomos e semi-autónomos, equipados com dezenas de câmaras, vai proporcionar um cenários de vigilância em larga escala que irá muito para além daquilo que até os maiores fãs do "Big Brother" poderiam imaginar.
Num caso em concreto, do assassinato de um condutor Uber em São Francisco, a polícia descobriu diversos carros da Waymo a circularem na área em que o presumível suspeito tinha sido visto; e depois do pedido aprovado por um juiz, a Waymo efectivamente forneceu as imagens que permitiam ter uma visão mais detalhada sobre o veículo e pessoa em questão. Multiplique-se o número de carros autónomos nas estradas, e passará a ser quase garantido que haverá uma cobertura total, de todos os locais visíveis de uma estrada, 24 horas por dia, e de múltiplas perspectivas, que praticamente permitirá recriar todos os acontecimentos em 3D de qualquer pessoa ou veículo.
Se ninguém poderá negar o enorme potencial que isto tem para apanhar criminosos, a grande questão - como em todos os sistemas de vigilância indiscriminada - estará em assegurar que tal sistema não possa ser usado de forma abusiva. E infelizmente, desde os casos relatados por Edward Snowden, a muitos outros, isso é algo que também se torna praticamente inevitável de acontecer.
Com isto, torna-se também irrelevante estar a discutir se uma cidade vai instalar uma dúzia ou uma centena de câmaras de vigilância. Mesmo que a cidade não as instale, é apenas uma questão de tempo até que nas suas estradas circulem milhares e milhares de carros com capacidade para fazer o mesmo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)