Apesar de no ocidente a Apple ter decisões mais sumárias, como quando bloqueou o Fortnite na App Store, no caso das apps chinesas tem optado por uma postura mais diplomática. Neste caso, a Apple está a fazer pressão sobre a Tencent, detentora do WeChat, para tentar obter a sua habitual comissão sobre todos os pagamentos feitos através da app.
O WeChat é uma app poderosa com cerca de mil milhões de utilizadores activos. Começou como uma app de mensagens, mas cresceu para se tornar um ecossistema completo de mini-apps. Na China, o WeChat é usado para uma variedade de serviços, como chamar táxis, encomendar comida, comprar bilhetes de cinema, jogar, e até pagar contas. Uma verdadeira super-app cujo formato muitos têm tentado replicado no ocidente, sem sucesso. É o tipo de app que se torna indispensável na China, e que por isso a Apple não se pode arriscar a simplesmente remover da App Store.
O problema da Apple é que as mini-apps do WeChat usam links para serviços de pagamento externos, onde são feitos sem qualquer comissão a reverter para a Apple, e que a Apple diz violar os termos da App Store. Embora a Tencent tenha inicialmente concordado em eliminar esses links, os mesmos ainda são frequentemente utilizados nos jogos, e onde a Tencent se tem recusado a mexer.
Apesar da Apple estar habituada a ter total controlo e poder, neste caso enfrenta um "inimigo" igualmente poderoso. Numa altura em que Donald Trump, enquanto presidente dos EUA, ameaçou bloquear o WeChat, um estudo referiu que isso poderia levar a uma quebra 30% nas vendas de iPhones na China. E a Apple também estará certamente consciente que, se for demasiado agressiva, se arrisca a que a China simplesmente avance com medidas idênticas à do DMA na Europa, exigindo que a Apple permita app stores alternativas e sistemas de pagamento alternativos.
A Apple a brincar com um autêntico ninho de vespas...
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