É incrível como há quem prefira continuar a fechar os olhos à realidade em que vivemos e "fazer de conta" que nada se alterou desde o tempo em que só quem "pertencesse ao clube" é que poderia aspirar a ver os seus trabalhos editados em disco.
Mariano Gago terá dito que a indústria cultural não deve ver a pirataria como um inimigo, “visto que foi uma fonte de progresso e de globalização”.
Claro que as reacções não se fizeram esperar, com muita gente a mostrar-se indignada e a dizer que isto são acusações "gravíssimas" (dito pelo director da Associação de Gestão de Artistas - e acho sempre piada a estas associações de "protecção" dos artistas, que tanto os devem proteger que... bem... é melhor estar calado...)
Eu apenas quero dizer que até aceito que me contratem como consultor para ficar numa "comissão de análise ao fenómeno da pirataria", e não demorarei mais que cinco minutos a escrever-lhes os porquê, como, e acima de tudo: como resolver o problema da pirataria!
Porque é que há pirataria? É simples... Porque não estão a disponibilizar aos consumidores aquilo que eles querem.
Porque, por exemplo, nos tentam impingir um Avatar em Bluray (que nem toca nalguns leitores Bluray!) por 30 euros, quando a um clique de distância o encontramos na Amazon a menos de 18 euros!
Porque ao invés de nos disponibilizarem filmes e séries online, que existem a preços aceitáveis e de forma simples e rápida em sites como o iTunes, atiram sempre os "direitos de autor" como justificação para não os podermos ver dependendo da "região" e outras coisas que tais (e preferem tratar os sintomas, revistando quem vai a uma ante-estreia, tendo que deixar o telemóvel à porta(duh!?!), em vez de curar a doença.)
Ouvir um eBook em voz sintetizada? Alto lá, isso viola os direitos, só pode ser lido sem voz (e que se lixem os utilizadores que não conseguem ler)!
Passar a minha própria música num estabelecimento comercial? Claro que posso, desde que pague a taxa de difusão pública, para os "artistas" (engraçado... porque nunca vi um cêntimo a aparecer-me na conta bancária que me fosse enviado por essas associações...)
Mas acho que já descobri porquê!
Parece-me que afinal... os verdadeiros artistas... são eles!
Actualização: O ministro já desmentiu ter dito aquilo (ah, como o peso do lobbys ainda cala ministros...)
2010/04/30
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Eu próprio não conseguiria dizer melhor! :)
ResponderEliminarTristeza.
ResponderEliminarOu podemos ver o Avatar no Meo ou Zon vídeo clube por pouco mais de três euros...
ResponderEliminar@Carlos
ResponderEliminarEsses três euros não estão a incluir os 50 euros que se paga de mensalidade, mais os 5 euros da box... ;)
Muito bem dito.
ResponderEliminarCarlos Martins, há pouco também incluíste o valor dos equipamentos onde ias consumir os conteúdos, como um computador ou televisão?
ResponderEliminarTal como tens a liberdade de comprar ou não um conteúdo mais barato na Amazon, podes igualmente decidir alugar ou não na Meo ou Zon. ;)
Mas o que é certo é que mesmo sem televisão ou box, e sem necessidade de qualquer "mensalidade obrigatória", podes aceder ao iTunes e comprar/alugar um filme/série. Nem precisas ter computador (basta ires a um internet cafe, criares a tua conta e clicares no botão! ;)
ResponderEliminarPara alugares na ZON, tens que ter o serviço deles (permanência logo pra cabeça) + a box (mensalidade extra) + uma televisão (senão nem consegues aceder aos menus da box (nos intervalos em que ela não crasha)... portanto... entre chulice e chulice... há que preferir quem nos chule menos um bocado... :)
@Carlos(Os dois) lol
ResponderEliminarPrimeiro o Carlos Martins comentou o preço do vídeo num formato físico e depois o Carlos Duarte respondeu com um serviço que dura umas horas e permite ver o filme uma vez. São coisas diferentes.
Por ultimo o Avatar não se encontra disponível nem no Meo nem na Zon, pelo menos pelas pesquisas que fiz em ambos os videoclubes não os encontrei.
@metRo_
ResponderEliminarPortanto, mais uma vez, quem o quiser ver e tiver a sorte de ter um dos leitores bluray que nem pega no disco - pode... pode... ora... afinal se calhar não pode...?
Talvez tal pessoa se possa sentir indignada ao ponto de ter que fazer uma pesquisa no Google em busca de solução.
Talvez descubra que mesmo depois de ter pago um preço inflaccionado pelo filme, não o vai poder ver se não comprar um leitor novo.
Talvez descubra que, mesmo que o queira alugar num serviço por cabo, este não esteja disponível... Ou que o quando tente fazer num serviço de video online como o iTunes, também não esteja acessível.
E talvez por fim, lá pelo meio das pesquisas do Google, descubra um simples link que, algum tempo depois lhe permita ter o filme para ver onde e como quiser - sem chatices, sem complicações.
Mas sim, este senhor é um *pirata* e está a prejudicar os artistas e a indústria! Definitivamente!
@metRo_ Estar disponível no MEO ou ZON era apenas uma força de expressão. Se ainda não está disponível, deverá chegar nos próximos tempos, tal como acontece com outros "blockbusters"...
ResponderEliminarTo Metro.
ResponderEliminarMas está no Lidl à venda por 19 Euros.
http://www.lidl.pt/pt/home.nsf/pages/c.o.20100429.p.DVD_Filme_Avatar
@kincas
ResponderEliminarEsse é "só" DVD... já não chega para encher um ecrã HD. ;)
A questão principal é que neste país não temos nem netflix para os formatos físicos, nem aluguer digital (nem que o file se auto-destruísse com drm lol).
ResponderEliminarE posto de forma simples, quem não comprar um leitor de 2 em 2 anos não consegue ver os filmes recentes.
Já por isso o dono da blockbuster veio queixar-se dos estúdios que estão a estancar a progressão do aluguer digital, com taxas de +70%, quer o filme 'venda' ou não.
Só quando estes senhores começarem a perceber que com simplicidade, qualidade e conteúdos exclusivos combatem a 'pirataria', é que vão a algum lado.. nunca será encomendando estudos a afirmar que dentro de meses o suposto prejuízo com a 'pirataria' vai ultrapassar o volume de vendas.
pelos visto o desmentido foi desmentido novamente.. omg, link--> http://aeiou.exameinformatica.pt/mariano-gago-disse-mesmo-que-pirataria-e-fonte-de-progresso-video=f1005864
ResponderEliminarAs declarações do nabo da acapor são no risíveis..
ResponderEliminarA pirataria não é, seguramente, fonte de progresso mas é, isso sim, fonte de receitas avultadas para os ISPs".
Receitas avultadas?! Querem fazer passar que pagamos ao GB (o que não pagamos a ele).. Com a quantidade de serviços indispensáveis a crescer na net, se a pirataria é a única razão pra termos meo/zon, então tamos bem lixados..
Estive a ver o video ele falou bem ... se falou de dos direitos de autor não estive atento.
ResponderEliminarEle disse que a europa não fazia muito para proteger os direitos da privacidade dos utilizadores, devia-se usar sistemas de encriptação, a internet é importante não pode ser só para alguns, que portugal deve-se virar mais para a europa e que ele era um velho coitado.
Não vi tudo é certo...mas ele percebe da coisa.
As empresas que protegem os direitos de autor fazem publicidade à pirataria, seja qual for o intuito deles.
A pirataria informática foi o grande motor de desenvolvimento tecnológico, e até económico, em Portugal, sem a mínima dúvida! Quantos Spectrums teriam sido vendidos se não se pudesse copiar os jogos? Quem sabia o que era um computador antes do Spectrum?! Mais tarde, quantos de nós pensariam, poderiam, comprar um PC se ainda tivessem que pagar por todo o software que gostariam de explorar. Quem se interessaria, há uns anos atrás, por banda larga se não fosse por poder sacar uns filmes e software "barato"? Todo o comércio de hardware associado ao PC, à internet, leitores de DVD, etc teve um desenvolvimento brutal. Empresas, privadas e públicas, até instituições públicas, como tantas escolas, que tanto evoluíram e se desenvolveram graças à "disponibilidade" de software "barato".
ResponderEliminarÉ claro que a pirataria tem inconvenientes (quem quiser que pense neles e compare com os benefícios), mas será que mesmo para quem produz conteúdos não terá sido muito conveniente e vantajoso? Há DVDs,CD, BRs, filmes no cinema,jogos então nem se fala, sei lá o que mais, que até chateia, a maior parte com qualidade duvidosa, que nós acabamos por consumir, não pagando umas vezes e pagando outras. O fácil acesso a todo o tipo de obras acabou por criar uma dependência e uma fome interminável por todos esses produtos, coisa que doutra forma talvez nunca acontecesse.
A verdade é que, se quem produz tivesse tanto prejuízo como apregoa, devido à pirataria, não haveria praí tanto artista, ou pseudoartista...
Eu é que não admito que me obriguem a comprar seja que obra for, e de certeza que compro se achar que o produto tem qualidade e que o preço é compatível com as minhas finanças.
Acho muita piada quando certos senhores fazem contas aos downloads e multiplicam pelos preços, absurdos muitas vezes, e dizem que o valor resultante é "prejuízo"! Mas será que julgam que venderiam na mesma proporção que os downloads?! E desde quando se pode considerar o valor das não vendas como prejuízo?
É lógico que alguém tem que comprar, mas isso eu acho que nunca vai estar em causa, agora, tem que haver qualidade e preços justos!