2016/11/09

Análise ao Yoga Book da Lenovo

O segmento dos ultrabooks e transformáveis não tem tido grandes revoluções, mas de vez em quando lá surgem uns equipamentos um pouco mais futuristas, como é o caso do Yoga Book que o nosso Luis Costa teve oportunidade de experimentar.


O Yoga Book


O Yoga Book é um equipamento que desperta paixões. O impacto que conseguiu causar logo desde a sua apresentação em Portugal não deixa margens para dúvidas, e será difícil encontrar alguém que não se sinta encantado por ele logo desde o primeiro encontro.


Este tablet foi pensado para responder às necessidades de quem necessita de elevada mobilidade mas, simultanteamente, não prescinde de uma ferramenta de trabalho. Atendendo a estas características, pareceu-nos o equipamento ideal para nos acompanhar durante o Pixels Camp, que recentemente teve a sua primeira edição em Lisboa. Foram três dias com muitas sessões, workshops e partilha de informação; e foi também o cenário ideal para colocar o Yoga Book à prova. .


O hardware deste Yoga Book é o que normalmente encontramos nos tablets windows, que não são mais que uma evolução dos netbooks. O processador Intel Atom x5-Z8550 vem acompanhado de 4GB de RAM e 64GB para armazenamento. O ecrã de 10,1" tem resolução FullHD, a câmara traseira 8MP e a frontal 2MP. A bateria de 8500mAh, é segundo a Lenovo capaz de atingir 15 horas de autonomia. O conjunto mede 256.6 x 9.6 x 170.8, pesa 690g e está disponível em versões com Windows ou com Android. O teclado é touch, e a área total pode ser também usada como superfície para se escrever ou desenhar.


Este Yoga Book, graças a um engenhoso sistema de dobradiças permite uma utilização diversificada. Não é só bonito, é também muito funcional.


Rodando o teclado, é possível abrir o tablet em modo livro. Desta forma, é possível ocultar o teclado, ficando o Yoga Book a funcionar como um simples tablet. Pode ser redutor, mas será muito prático para navegar na internet, ou consumir conteúdos multimédia.



Do lado esquerdo temos uma porta microUSB, slot para o cartão SD e porta mini HDMI. Do outro lado, jack 3.5mm, botões de volume e power.



O adaptador para cartões, na versão que está disponível em Portugal, tem apenas espaço para o cartão microSD, mas há uma versão LTE, em que o cartão SIM é aqui alojado.


Em termos de dimensões, o Yoga Book é realmente muito compacto. Na imagem em cima, podem ver a comparação com uma vulgar pen USB. É como se andássemos com um bloco de notas na mão. Fabuloso.



O ângulo nas extremidade do tablet ajudam no processo de abrir o tablet, mas temos mesmo de recorrer às duas mãos para conseguir levantar o ecrã.



O teclado Halo é uma das estrelas do conjunto. As teclas iluminam-se ao toque, num efeito altamente futurista - e acabam por ser indispensáveis para a utilização do teclado num ambiente com pouco luz.

O teclar é naturalmente muito diferente do habitual teclado, mas não poderia ser de outra forma. A detecção do toque é precisa e a vibração dá um bom feedback ao utilizador. Para obter um rendimentom acima da média é necessário alguma prática, mas ao fim de algumas horas já estarão a obter uma cadência de escrita muito aceitável. Esta, pode ser melhorada através da utilização combinada do teclado virtual com um processo de escrita inteligente, tal como se teria num tablet.

De origem, o Yoga Book apresenta-se com o Touch Pal, uma opção interessante mas não isenta de falhas. O Swype e Swiftkey são duas boas alternativas, especialmente este último, mas igualmente com alguns problemas devido aos caracteres acentuados da nossa língua. Estes pequenos problemas na escrita poderão facilmente ser ultrapassados, mas para isso será necessário que quer a Lenovo ou a equipa responsável do teclado, tomem as medidas necessárias para esse efeito.

Pessoalmente, durante os três dias de evento, não tive grandes problemas em adaptar-me ao teclado, mas o touchpad deixa ainda a desejar. A reduzida dimensão não ajuda, mas o facto de ser pouco preciso, acaba por dificultar a navegação. Como alternativa, temos o ecrã touch, que acaba por ser a melhor solução para a maioria das situações.


O teclado tem ainda outra particularidade, permite desenhar ou escrever sobre o mesmo, passando o conteúdo em tempo real para o ecrã. Será por certo uma ferramenta interessante para os estudantes. Para escrever, devem utilizar uma folha de papel, sendo que a marca fornece um bloco para esse efeito.



A Lenovo acompanha o tablet com duas canetas, uma para escrita real sobre papel e outra escrever directamente no teclado. Confesso que já tive mais jeito para as artes gráficas, mas pelo pouco que testei, fiquei com muito boa impressão do conjunto.


Em utilização

Esta versão do Yoga Book apresenta-se com o Android 6.0 Marshmallow. Esta versão, apesar de estar muito mais madura, apresenta ainda grandes limitações para poder estar em plano de igualdade com o Windows.



O Android Nougat já permite uma utilização em modo multi janelas, algo que no 6.0 não é possível (sem muito kung-fu). Para colmatar esta falha, a Lenovo implementou o seu próprio sistema de gestão de janelas, disponível apenas para algumas aplicações. A forma encontrada até é bastante engenhosa, forçando as aplicações a um layout de smartphone, o que lhes possibilita correr numa área mais reduzida de ecrã. Espera-se que com a chegada do Android 7 se venha a ter uma melhor experiência de utilização na gestão das janelas.

O ecrã de 10.1" poderá ser pequeno para alguns dos utilizadores, mas para quem esteja habituado ao formato, não vai sentir redução de produtividade.



A Lenovo optou por apresentar uma configuração do ecrã que na minha opinião não é a melhor, pois tudo ocupa demasiado espaço. Caso assim desejem, basta alterar o valor do parâmetro lcd_density para um valor mais a vosso gosto. O resultado, pode ser algo como o apresentado nas imagens em cima, com o segundo conjunto a disponibilizar bastante mais informação, sem com isto perder qualidade de imagem.




Em termos de autonomia, os resultados obtidos ficaram muito longe do valor anunciado pela marca. A título de exemplo, 37% de bateria equivaleu a 2h24m de ecrã, com WiFi ligado e browser com várias tabs. Este regime de utilização equivale a cerca de 6H, o que na realidade não ficou muito longe do que consegui obter. Este é um valor interessante, mas como já referido, inferior ao máximo anunciado.

O processador não está ao nível de um Intel Core M ou Core i mas, para o fim a que se destina, é capaz de satisfazer nas necessidades. Processamento de texto ou edição simples de imagem são tarefas que são desempenhadas sem atrasos. Para jogar, a área do ecrã e qualidade sonora (bastante boa diga-se) fornecem uma experiência muito interessante. Aproveitei para jogar um pouco de Clash Royal, que não sendo propriamente um jogo muito exigente, funcionou com total fluidez e sem atrasos.


Apreciação final



Este Lenovo Yoga Book é um equipamento muito interessante. É esbelto, apresenta um design 2-em-1 de qualidade superior e, em termos de hardware, está muito bem equipado. O teclado Halo/Create Pad parece algo vindo do futuro, só lhe falta ter a capacidade de alterar o layout do teclado (assim disponibilizando as teclas portuguesas) para ser perfeito. Sendo uma boa ferramenta para desenho e apontamentos, tem ainda aspectos a melhorar. O trackpad é o elemento menos conseguido do conjunto, com área reduzida (desnecessariamente, pois toda a superfície é touch), e necessitando de melhorar a detecção de movimentos, nomeadamente no que ao duplo toque diz respeito. O ecrã touch acaba por ser um excelente complemento.

Removendo-se este ponto menos positivo da equação, e a autonomia que nunca é suficiente, o Yoga Book é um equipamento que dá muito prazer utilizar. As suas dimensões e peso, fazem dele uma excelente ferramenta para utilizar em mobilidade. Permite executar a maioria das tarefas, desde que não se puxe por ele em demasia. O Android precisa ainda de evoluir para permitir uma melhor experiência de utilização neste formato, pelo que a versão Windows (não testada) poderá ser uma melhor aposta para quem pretenda um equipamento para trabalho mais a sério.

O preço de 449 euros para a versão Android irá por certo pesar na altura da compra (face aos 599 da versão Windows). É um valor superior a ofertas com hardware semelhante, mas sem que estas apresentem o nível de mobilidade do Yoga Book nem o seu estilo futurista. Como primeira versão, representa um excelente arranque e por isso mesmo é um digno merecedor de um dos nossos "Quente".




Lenovo Yoga Book
Quente

Prós
  • Design
  • Dimensões
  • Inovação
Contras
  • Trackpad
  • Autonomia poderia ser melhor
  • Preço

Por: Luis Costa

9 comentários:

  1. E já agora quando estará disponível? A marca dizia em finais de outubro mas estamos nos idos de novembro e não o vejo el lado algum !

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    1. Segundo informação recolhida junto da marca será comercializado nas lojas antes do Natal (sem data definida para já).

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  2. E a versão LTE em Portugal, para quando?

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    1. Tal como referido no texto, não está prevista a sua chegada. Esta situação, poderá ser alterada pela marca.

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  3. Sobre a versão com Windows: "É um valor superior a ofertas com hardware semelhante".
    Que outras ofertas existem?

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    1. A Asus por exemplo, tem alguma oferta neste segmento. Há também alguns equipamentos de outras marcas, mas muitos deles só na Amazon.

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  4. Entre o ASUS ZenBook Flip UX360CA e o yoga book, para um uso puramento de estudante, office e internet, qual você recomendaria?

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    1. Não estamos a falar de equipamentos do mesmo segmento. As especificações e preço são bem diferentes.
      Este yoga book, para produzir informação vai exigir um teclado externo. Para consumo de informação é muito bom, versátil. Ler e anotar pdf, um luxo.

      O Asus é uma máquina muito diferente, outro poder de processamento, resta saber se este é imprescindível, porque a mobilidade do yoga é brutal.

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  5. O mais triste é seu slogan ser Produtividade, mas não oferece drivers compativeis com o linux mint, o SO mais produtivo que ja conheci para desktops (versatilidade do windows com a agilidade do android)

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