Numa altura em que na Europa se prepara a aprovação de filtros automáticos que irão promover a censura na Internet, temos um excelente exemplo que mostra os problemas a isso associados, no caso da filtragem automática de anúncios no Facebook.
Depois de tudo o que se passou durante as últimas eleições presidenciais norte-americanas, o Facebook tem tentado aplicar maior controlo a nível de publicidade. O problema é que essa não é uma tarefa tão simples quanto os nossos eurodeputados podem pensar que é, e não faltam pessoas que já estão a ser prejudicadas por isso.
Na lista de "palavras proibidas" para publicidade no Facebook temos nomes como Bush e Clinton, o que será compreensível; mas o problema é que "bush" (arbusto) é também uma palavra bastante comum e usada frequentemente por empresas de jardinagem; e Clinton também não é de utilização exclusivamente política, havendo diversas cidades e povoações com este nome espalhadas pelos EUA.
A empresa "Al Mowit" queria fazer publicidade ao corte de arbustos... mas não pode
A publicidade a uma representação teatral também ficou pelo caminho por se situar em Clinton
O resultado é que empresas ou particulares que até aqui podiam criar anúncios publicitários no Facebook com facilidade, ficam agora sujeitos ao mesmo tipo de escrutínio que é aplicado a publicidade política... e que nem sequer funciona convenientemente! Anúncios de empresas de jardinagem, ou de espectáculos escolares, como os acima exibidos, foram inicialmente aprovados e publicados... e posteriormente removidos sem que tenha sido dada qualquer explicação - sendo posteriormente indicado que tinha sido detectado que continham "conteúdo político"! E agora imaginem que eram os promotores de uma banda chamada Bush, que até necessitava mesmo de fazer publicidade no Facebook como meio de subsistência?
... Faz-me lembrar o caso dos anúncios na Google que estavam a ser rejeitados por incluírem coisas como "envio gratuito para o Continente", e onde era indicado que Continente era uma marca registada e que por isso não podia ser utilizado.
É este o panorama perante o qual nos encontramos, e que se arrisca a afrontar diariamente centenas de milhões de pessoas por toda a internet...
“This is a new policy and process,” Facebook said of the mistakes. “Review and enforcement won’t be perfect – we’re certainly working on ways our technology can improve detection – but it’s important that we start.”
ResponderEliminarNão fazer nada para combater as "fake news" era certamente pior.
A menos que se entenda que a liberdade da internet também confere o direito a publicar "fake news" nas rede sociais - que não teriam qualquer responsabilidade no que cada um divulga, nem as deviam poder eliminar. É a chamada liberdade da internet - para enganar incautos ;-)
Sim, mas aqui estamos a falar de publicidade que, no mínimo, quando fosse marcada como suspeita, deveria ser alvo de uma verificação "humana". Se o Facebook nem isso consegue fazer logo de início... já se vê no que vai dar.
EliminarConcordo com o facto de haver direito de publicar "fake news", simplesmente por não confiar em quem decide o que "fake" ou "real" news. Isso só uma versão moderna da PIDE, em que "eles" decidem o que é ou não censurado.
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EliminarSe me dissessem há uns tempos atrás que ia defender a Facebook ria-me.
Mas o que é um facto é que com os apertos que têm levado estão a tomar medidas concretas para combater a praga das fake news.
Quanto aos anúncios, legítimos, que sejam apanhados pelas deficiências da inteligência artificial criaram um processo de confirmação junto das empresas.
De facto é um tema que vale a pena acompanhar, mostra como a NET pode ser alterada num sentido positivo (ou, pelo menos tentar). Pesquisem por "Facebook fake news".
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminare nao é que ha mesmo uma banda chamada BUSH
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