2018/09/05

Huawei apanhada a fazer batota nos benchmarks


Quando se pensava que os fabricantes já teriam aprendido a lição, eis que novamente volta à baila a questão das "afinações" específicas para obter os melhores resultados nos benchmarks - ou, em linguagem corrente: fazer batota.

Embora não sejam directamente representativos de um bom ou mau equipamento, os testes de benchmark são um dos aspectos tidos em conta na avaliação do seu desempenho. Não têm o mesmo peso que tinham há uns anos atrás, pois a evolução dos processadores permite que hoje se possa ter um bom smartphone com um CPU de gama média, mas são sempre interessantes para se avaliar a evolução que tem havido e comparar diferentes smartphones.

Aplicações como o GeekBench, AnTuTu, A1SD Bench e o GFXBench, permitem comparar directamente o desempenho de vários equipamentos, sendo por isso habitual a sua utilização nas análises aos smartphones e tablets. Já por várias vezes fizemos referência ao facto de alguns fabricantes fazerem batota, fazendo overclock quando detectam que se está a correr uma destas apps, para obterem melhores resultados; e segundo testes feitos pelo site AnandTech, a Huawei está a fazer o mesmo nos smartphones Huawei e Honor.


Se em modo normal um smartphone como o Honor Play, com um Kirin 970, obteria um resultado de 66fps num dos testes do GFXBench; com a tal detecção de benchmarks activada, o resultado sobe para perto do dobro(!) com 127fps - mas obviamente, à custa de um consumo que também passa para o dobro, e consequente aquecimento do CPU e GPU que sobe para valores que seriam insustentáveis em funcionamento prolongado.

Os responsáveis do AnandTech tiveram oportunidade de falar sobre este assunto com o Dr. Wang Chenglu, Presidente da área de Software do Huawei Consumer Business Group. O Dr. Wang considera que estes testes de desempenho não são a melhor forma de testar um smartphone, pois não correspondem à típica utilização no dia a dia. Segundo o mesmo, os testes de benchmark devem estar normalizados, permitindo avaliar a experiência de utilização do equipamento, área que para a Huawei, é a que realmente importa quantificar.

O facto de algumas marcas (especialmente na China) recorrem a este tipo de artifícios, levou a que a Huawei apresentasse uma resposta na mesma medida. Este facto não foi expressamente referido, mas ficou subentendido nas declarações prestadas pelo responsável dá área de Software da Huawei.

Ainda assim, não é esta a postura que se exige a uma marca que ambiciona ser líder no segmento. Quem lidera tem de criar o seu próprio caminho e não se deixar contagiar pelas tácticas de outras marcas, especialmente quando se tratam de práticas nada recomendáveis para garantir a atenção dos consumidores.

A única parte positiva é que em resultado disto, a Huawei se mostrou empenhada em garantir que os resultados de benchmark a serem divulgados em futuras apresentações serão validados por entidades independentes.


Actualização: a resposta da Huawei vai ser abrir o modo de alto-desempenho a todas as apps que os utilizadores desejem acelerar.

12 comentários:

  1. "Para ladrão, ladrão e meio" (provérbio de "O Citador")

    Não há dúvida que a concorrência entre Androds é feroz.

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    1. Por isso o Android está a deixar o iOS para traz, cada vez mais!

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    2. Bem, ao menos a Huawei estava a enganar os utilizadores aumentando o desempenho. No caso da Apple, mesmo sem a desculpa da concorrência, engana os utilizadores abrandando-lhes os iPhones de forma a que comprem modelos novos... Devem precisar de um provérbio novo só para isso. ;P

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    3. A Huawei estava a enganar os utilizadores - aumentando o desempenho - para comprarem os smartphones deles em vez dos da concorrência. Aqui ninguém tem dúvidas.

      Dizes que a Apple, intencionalmente, estava a abrandar o iPhone (6 e 6S) para irem comprar os novos modelos.

      Pelas vendas e lucros, a Apple anda assim tão desesperada que queira antecipar a compra de novos modelos? É que quem tem um 6 ou 6S não muda de smartphone todos os anos. Faz assim tanta diferença à Apple que se lhe compre agora um novo modelo, no próximo ano, ou daqui a dois anos?

      E, se o que diz o Virgílio Trabuco for verdade, que o Android está a deixar o iOS para trás, não era mais lógico que se ficasse chateado com o abrandamento e fosse comprar um Android, em vez de um novo modelo de iPhone?

      Não é mais lógica a explicação da Apple que, com o limitador de picos de tensão, queria efetivamente melhorar a usabilidade de iPhones mais antigos e que inicialmente o software foi mal implementado?

      Mas pronto, fica lá na tua. Os tribunais hão-de chegar a uma conclusão sobre qual foi a intenção da Apple.

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    4. E SE, e 7, e 7S, 8, e iPhone X...
      Se faz diferença à Apple? Diz-me tu se o utilizador típico aguentaria os iPhone a trabalhar a metade da velocidade como eu aguentei durante meses a fio, ou se se sentiria tentado a comprar um mais recente...

      Curiosa a explicação só ter surgido depois de meses a negar o sucedido? (memória curta, ou selectiva?)

      Quanto ao Android deixar o ios para trás, há muito que os Android ultrapassaram o volume de vendas dos iPhone, não são opiniões, são factos (já nos lucros, isso é o que sabemos).

      Mas pronto, fica lá como te tendo esquecido que negavas a lentidão do iPhone e era só uma teoria da conspiração, posteriormente promovida a 'favor'que a Apple nos fez. Não será preciso tribunais para isso .

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    5. Andaste às aranhas com os motivos da lentidão.
      Só dizias: "Muda-se a bateria que volta ao normal."
      A questão era porquê. Nenhum dos motivos que avançaste fazia sentido. Obviamente não podia ser da bateria.

      Quando a Apple explicou o que estava a acontecer e como iria resolver (e resolveu) o defeito do software - entraste na teoria da conspiração: "Foi de propósito, é para o pessoal ir comprar novos modelos".

      P.S: Se te está a faltar citações é só leres o que tens escrito :)
      "É da bateria, porque a Apple não usa uma bateria decente. Se não é da bateria é porque a Apple quis enganar o pessoal para ir compra o iPhone X. Isto porque o iPhone X não deve estar a vender grande coisa porque alguém disse que um fabricante de OLEDs para telemóvel está com falta de encomendas" (provérbios do Abertoatédemadrugada)

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    6. "Obviamente não podia ser da bateria" (mas afinal era)...
      Talvez se fosse dito pelo senhor do "You're holding it wrong" até pudesse colar (sendo que até ele lá teve que meter o rabo entre as pernas e oferecer uma capas ao pessoal), mas infelizmente o seu reality distortion field morreu com ele e não é transferível para outras pessoas (bem, talvez o Trump ache que sim, e vê o resultado).

      Se estás convicto das coisas que dizes, não te vou tentar demover. Talvez um dia seja a tua não-bateria a fazer-te o favor de abrandar o teu iPhone e fiques profundamente agradecido por a Apple ter resolvido o problema dessa forma (bem... esquecendo-se de dizer às pessoas que o tinha feito já há um ano, e tendo mantido isso em segredo mesmo após os relatos crescentes de abrandamentos, e só o admitindo depois de já não ter outra alternativa perante as provas acumuladas)... Enfim, atitudes de empresas que claramente respeitam os clientes com total transparência e merecem toda a nossa confiança.

      (Só fico imensamente curioso como é que, com milhares de milhões de outros smartphones no mercado, até à data nenhum outro fabricante tenha tido necessidade de abrandar os seus smartphones ao fim de 1 ou 2 anos, exigindo a "taxa da bateria" para continuarem a funcionar a 100%...)

      Já dizia o Scolari... "E o burro sou eu?"

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    7. Não teve necessidade porque os Android com baterias degradadas não crasham!
      Ou será que crasham e eles não sabem desenvolver software para resolver o problema?
      Ou será que sabem mas não querem resolver para o pessoal ir comprar um novo?

      "Na dúvida, deixa-o levar a bicicleta ..." (provérbio do Aires)

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    8. Ai a memória selectiva... Vai ver os casos do pessoal a queixar-se que o iPhone 6 crashava com frequência elevada logo após o lançamento, forçando a Apple a lançar uma "actualização" para resolver o problema (não dizendo o que fez na altura - e depois só o fazendo quase 1 ano depois, e a custo lá disponibilizando a opção para mostrar aos utilizadores o estado da bateria.)

      "Imagina que era uma bicicleta eléctrica... com bateria da Apple" (provérbio do Martins)

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    9. Agora compara com os casos elevadíssimos, que chegam às notícias a toda a hora, dos milhões de Androids com baterias com 1, 2, 3 e 4 anos, a crashar a torto e a direito, e os pobres coitados dos utilizadores, resignados, vão comprar Android novos! O escândalo! Até tira o lugar ao Luis Filipe Vieira na CMTV! ;P

      (E se estás a insinuar que nenhum fabricante teve a capacidade genial de descobrir que o modo de consumir menos energia é reduzir a velocidade do CPU... acho que não estás familiarizado com o conceito dos modos de poupança de energia que são usados nos chips mobile desde... sempre? Mais inovação então serão os iPhone pré iPhone 6, aqueles que mesmo com baterias velhas continuam a funcionar a 100% - uau, já viste se a Apple soubesse fazer iPhones novos com essa mesma característica dos velhos? Se calhar o engenheiro que tinha tratado daquilo reformou-se, e os novos estagiários só sabem resolver o problema abrandando o iPhone).

      (Para os restantes leitores que caírem aqui de pára-quedas: adicionar um "sarcasm mode on" no início do comentário, e um "sarcasm mode off" no final.)

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  2. A Apple vem sempre parar a conversa. É incrível. Sempre o mesmo termo de comparação. Tudo a falar de andróides e huawei e pronto.... a tentativa sempre forcada de tentar falar bem de uma coisa mas obrigatoriamente falar mal da outra. Nunca vou perceber. A notícia era android e huawei porque não ficam por aí? Eu sou multado por velocidade e vou dizer o que ao senhor polícia? “Ah os outros também iam rápido”? Que importa isso?

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    1. Quando se põe em causa a idoneidade de uma Plataforma, abre-se o caminho a que se compare com a outra. Todas têm coisas boas e menos boas, quem se recusar ver isso ... Enfim ...

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