2019/04/17
Páginas AMP vão passar a mostrar o URL do site original
Indiferente às vozes críticas, a Google continua a promover o formato AMP como sendo a grande maravilha da web, e agora expande-o com as "signed exchanges", cujo aspecto mais visível será a apresentação do URL original em vez de um URL complicado.
O formato AMP (Accelerated Mobile Pages) foi criado pela Google, consistindo num conjunto mais limitado de HTML para garantir que uma página web pode ser apresentada rapidamente - em oposição a páginas HTML tradicionais, que podem contar megabytes de coisas que nada contribuem para o conteúdo em si - e que são apresentadas directamente pela Google em vez dos sites originais. Algo que muitos consideram uma deturpação do próprio conceito web, mas a que muitos sites têm aderido (nem que seja pela vertente de assim ficarem melhor classificados nos resultados das pesquisas no Google).
Agora, a Google vem resolver um dos aspectos mais criticados do AMP, que era a apresentação de um endereço pouco amigável e que podia baralhar os visitantes. Através das "signed exchanges" vai ser possível apresentar páginas AMP com o endereço URL do site original.
Aquilo que na prática parece algo bastante simples, consiste na realidade em algo bem complicado. Este formato permite "empacotar" uma página num formato que fica autenticado digitalmente, de modo a que haja a confiança total de que a página que estamos a ver é exactamente aquela que foi criada pelo site original, independentemente do servidor - Google, ou outros - que a estiver a enviar para os visitantes. É, no fundo, uma forma de certificar que uma página é autêntica, merecendo a confiança de no URL se apresentar o link para o site original.
Claro que isto não invalida as preocupações de que o AMP continua a "partir" a web, num formato que a Google quer que se torne num standard, mas que - como é o caso destas "signed exchanges" por agora - só vai funcionando no Chrome. Algo que fica bem patente no conjunto de reacções no Twitter ao anúncio desta novidade:
É certo que temos que reconhecer que por vezes é necessário "forçar" as coisas para obrigar a que haja mudanças - e neste caso, não me parece que "pedir com jeitinho" para que os editores criassem páginas HTML bem estruturadas e sem lixo, fosse resultar. No entanto, ao querer controlar cada vez mais a forma como a informação é apresentada (e de onde é apresentada), a Google vai levantando cada vez mais preocupações sobre as suas reais intenções para a web. E isto, vindo de uma empresa que se deu ao trabalho de remover o "don't be evil" do seu código de conduta... não é propriamente reconfortante.
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Não aprecio o conceito "AMP". Sempre que visito uma página com essa implementação fico com a sensação de que algo está a faltar.
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