2019/10/01

Portugueses com dados móveis reduzidos e caros


Um relatório da Associação D3 vem demonstrar como os consumidores portugueses têm sido penalizados pelas ofertas de zero-rating, enfrentando tarifários com volume de dados reduzidos, e pagando pelos dados móveis dos valores mais caros da Europa.

A Associação D3 - Defesa dos Direitos Digitais, publicou um relatório que mostra o triste panorama dos dados móveis em Portugal. Apontando a culpa ao "monopólio" detido pelos três grandes operadores (que detêm 98% do mercado), e pela insistência na oferta de tarifários zero-rating, que permitem "iludir" muitos consumidores. Os tarifários zero-rating podem parecer uma boa proposta para que os olha como tendo "dados gratuitos" (para a selecção de apps determinada pelo operador), mas basta expandir um pouco mais a pesquisa, para se ver o quanto se está mal servido:


Portugal está no  grupo de países com dados mais caros da Europa, onde 30€ de dados 4G quase nem sequer se fazem notar no gráfico, enquanto em mais de uma dezena de países esse mesmo valor permite ter mais de 100GB ou dados ilimitados.




Igualmente revelador é olhar para a evolução nos últimos anos. Desde 2013, muitos países foram reduzindo progressivamente o custo dos dados, fazendo com que os mesmos €30 que, em 2013, apenas permitiam ter menos de 10GB de dados, agora permitam ter 100GB. Por sua vez, Portugal permanece muito longe de tal evolução.

É este o verdadeiro custo do "zero-rating", como de resto já tinha sido concluído por um estudo Europeu do início do ano, e que é preciso combater e inverter. Poderia começar-se por clarificar a ilegalidade do zero-rating enquanto violação da lei de neutralidade de dados (coisa que por agora é permitida), e que os operadores nacionais fizessem um maior esforço por adequar as ofertas à evolução do mercado. Só muito recentemente vimos a Vodafone a fazer chegar, finalmente, um tarifário móvel ilimitado ao nosso país, mas ainda longe do preço que seria desejado.

8 comentários:

  1. Existe um pacote de 100 gigas de banda larga na Meo... :)

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  2. Só tínhamos a ganhar em juntarmos-nos a Espanha. Mas infelizmente temos de manter estas coutadas.

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    1. Sim porque Espanha é um exemplo de estabilidade... Mais valia guardar as asneiras para si!

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  3. A ANACOM devia pôr os olhos nisto

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  4. Com o 5 G a chegar é completamente ridículo os nossos tarifários.

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  5. na nos quando compramos mais internet movel que custa 5 euros 1gb que ja é absurdo temos ate ao final do mes para gastar esse 1gb ou ficamos sem ele. nao acumula. que roubo total

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  6. Depois das eleições para o parlamento vou contactar aqueles que conseguirem lugar no parlamento para pedirem ao governo que abra o mercado da Internet Móvel a mais duas novas empresas, sem ligação alguma às actuais, com o respectivo espectro rádio necessário a tal actividade.
    Com mais duas empresas independentes, das actuais, estou convencido que as ofertas vão melhorar exponencialmente, em especial num país tão pequeno como é Portugal, onde a cobertura do mesmo é mais simples que em outros países gigantes.
    As ofertas comerciais aos clientes finais só parecem melhorar de verdade quando existem no mínimo dos mínimos 5 empresas com infra-estruturas físicas a cobrir a mesma área... abaixo disso parecem fotocópias uns dos outros e sempre a prestar o pior serviço possível com o qual se possam safar sem perder a licença... que por cá (e em outros países) parece ser o quase vale tudo.
    A única alternativa a existirem pelo menos 5 empresas ou mais é uma infra-estrutura única gerida por uma empresa pública que depois permite acesso às empresas privadas em igualdade de circunstâncias e só cobra o estritamente necessário para pagar, manter e melhorar a infra-estrutura, não visando por tanto o lucro mas apenas a sua auto-sustentabilidade... e o estado ganha dinheiro da mesma forma do costume: impostos directos e indirectos.

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