A Apple assume-se como uma defensora das crianças, mas a sua App Store nada faz para as impedir de aceder a conteúdos impróprios - até mesmo quando sabe que se trata de uma criança a usar uma app para adultos.
As recentes intenções da Apple de espiar as fotos nos iPhones dos utilizadores, com a justificação de que é para proteger as crianças (apesar de todas as fortes críticas das entidades de defesa da privacidade, que alertam para os efeitos secundários em sentido oposto que tal medida poderá ter), fizeram cair nova dose de escrutínio sobre essa vontade de protecção. E um estudo sobre o que se passa na App Store não é muito abonatório para a Apple.
O Tech Transparency Project (TTP) criou uma conta simulada na App Store identificando-se como uma criança de 14 anos, e descobriu que as supostas protecções para impedir o acesso a apps impróprias não são assim tão eficientes quanto o desejo da Apple espiar os iPhones dos seus clientes. Uma criança pode sem qualquer dificuldade aceder a apps que deveriam estar limitadas a maiores de 17 anos - quando não haveria qualquer justificação para tal; estando a conta claramente identificada como sendo de um jovem de 14 anos.
Entre as apps que são de acesso directo, estão algumas que atiram os jovens para conteúdos sexuais explícitos (que supostamente seriam proibidos pelas regras da App Store) sem qualquer pedido de confirmação de idade, ou ainda acesso a apps de apostas que permitem que o menor deposite e levante dinheiro. E dezenas de outras apresentam apenas um popup cosmético a perguntar "tem mais de 17 anos?" que continua a dar acesso à app - apesar de, mais uma vez, a Apple saber muito bem que o utilizador em questão teria apenas 14 anos e não deveria ter acesso a essas apps.
Parece que antes de avançar para medidas controversas, a Apple teria ainda muito por fazer na sua própria casa para proteger as crianças segundo as próprias regras que diz cumprir, mas na prática não cumpre.
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