Apple combate abertura do iOS usando malware nos Android

A Apple está a usar a desculpa da segurança para tentar evitar a abertura do iOS à instalação de apps externas ou de lojas alternativas.

A Apple tem mantido controlo absoluto sobre o iOS e o que lá pode chegar, não havendo qualquer alternativa à utilização da App Store, onde só podem entrar apps que a Apple aceite, que sigam todo uma panóplia de regras e restrições. Mas, perante pressões crescentes para que abra o acesso ao iOS, a Apple reforça o seu combate, parecendo fazer da segurança o seu ponto principal.

Com vários estados nos EUA a pedirem a abertura do iOS e que a Apple permita a instalação de apps externas (sideloading) como no Android, a Apple dá o exemplo de que isso é um dos principais vectores de infecções de malware no Android, apresentando um relatório da Nokia que indica que os Android representam mais de 50% dos dispositivos infectados, seguido do Windows com 23.1%, macOS com 9.2%, e que o iOS nem sequer teve expressão significativa, tendo sido englobado nos "outros".

Claro que, vindo da empresa que quando foi forçada a permitir métodos de pagamentos alternativos an App Store continuou a cobrar uma comissão praticamente idêntica à que cobra, não seria esperado qualquer outra coisa. Para começar, há que relembrar que se está a pedir a opção para que isso possa ser feito, e não a obrigar todos os utilizadores a instalarem apps de fontes desconhecidas ou duvidosas. Uma opção que se torna necessária por conta da forma como a Apple tem gerido a plataforma: veja-se a comissão referida nos pagamentos externos, ou do simples facto de nem sequer permitir browsers alternativos - todos os browsers na App Store, independentemente de terem o nome Chrome ou Firefox ou qualquer outro, são forçados a usar o motor do Safari que a Apple disponibiliza no iOS.

O que é certo é que parece ser inevitável que a Apple acabe por ser forçada a abrir o iOS, sendo esse um dos requisitos da nova legislação da UE, a par da interoperação de serviços, que farão com que o iMessage e FaceTime tenham que permitir a comunicação com serviços concorrentes.