2016/03/14

Análise Huawei Mate 8

O Huawei Mate 8 foi apresentado como sendo o melhor smartphone criado pela marca, e o nosso Luis Costa teve a oportunidade de o pôr à prova, para ver se realmente cumpre com as (elevadas) expectativas.


A Huawei tinha a tradição de apresentar o seu phablet Mate na IFA, mas em 2015 houve uma alteração de planos; em vez de lançar o sucessor do Mate 7 a Huawei deu-nos a conhecer o Mate S, um smartphone que fica a meio caminho entre o P8 e o phablet Mate. O Mate 8 ficou guardado para mais tarde, tendo sido inicialmente apresentado primeiro na China e posteriormente, a nível global no CES de Las Vegas. A espera prolongada fez aguçar ainda mais a curiosidade, mas a Huawei não poupou esforços no desenvolvimento do Mate 8 e apresenta-nos aquele que é o seu melhor smartphone até ao momento.


O Huawei Mate 8


Em termos de hardware, a Huawei fez mais uma vez uma escolha interessante. Mantém a sua aposta nos HiSilicon, com um processador Kirin 950 que apresenta  quatro núcleos Cortex A53 @ 1.8GHz e outros quatro Cortex A72 @ 2.3GHz, ao que se junta um GPU Mali-T880MP4 @ 900MHz.
A memória é generosa, com 3 ou 4GB de RAM LPDDR4. O armazenamento tem várias opções: 32GB / 64GB / 128GB; Têm ainda a possibilidade de instalar um microSD.


É um dual-SIM LTE Cat 6, ou seja, podem utilizar os dois cartões nas frequências da rede LTE. No caso de optarem por utilizar os dois cartões SIM em simultâneo, não poderão utilizar o cartão microSD, visto um dos slots da tray ser partilhado. A Huawei faz valer a sua experiência na área das comunicações e disponibiliza suporte para um leque alargado de frequências ( 4G TDD LTE: Band38/39/40; 4G FDD LTE: Band 1/2/3/4/5/6/7/8/12/17/18/19/20 /26), pelo que podem utilizar o Mate 8 em todo o mundo.

A câmara traseira de 16MP  (4608 × 3456) com OIS, tem um sensor Sony IMX298 1/2.8" com 1.12µm pixels e abertura f/2.0. A frontal tem 8MP (3264×2448), sensor Sony IMX179 1/3.2" com 1.4µm pixels e uma maior abertura, f/2.4, pensada para responder às solicitações dos fãs das selfies.

Tem uma generosa bateria de 4000mAh (15.2 Whr), mede 157.1 (A) x 80.6 (L) x 7.9 (E) mm e pesa 185g. Confesso que fiquei surpreendido ao escrever este excerto do texto, pois estava longe de imaginar que o Mate 8 tivesse este peso. A diferença das 130 para as 180g faz-se facilmente sentir, mas no caso deste terminal, passou-me despercebida. A espessura é de tal forma reduzida que optei por colocar a capa de protecção (algo que não utilizo no dia a dia com os resultados que se sabe...) e mesmo com capa, o Mate 8 continua a ser um terminal muito confortável de utilizar.

Deixo para o fim aquele pode ser o aspecto menos consensual deste Mate 8, o seu ecrã. A Huawei mantém a aposta nas 6" com um ecrã LCD JDI IPS-Neo com resolução FullHD. A LG e Samsung já deram o salto para o QHD, mesmo na gama das 5.x polegadas, mas a Huawei continua a optar por manter a resolução nos 1080p. Este é um tema que merece ser debatido e ao qual voltaremos mais à frente neste artigo.



Mantem-se a aposta na qualidade do empacotamento, com os elementos a serem apresentados em compartimentos separados. Além do carregador, cabo USB e auriculares, a Huawei oferece também uma muito útil capa que poderá prevenir alguns dissabores.



O Mate 8 é claramente inspirado no Mate 7, apresentando um refinamento das linhas do irmão mais velho. O corpo único em alumínio tem as margens elegantemente chanfradas, para um toque mais agradável. Do lado direito temos os botões de volume e power, sendo que este apresenta uma superfície com uma rugosidade distinta, para ser mais facilmente identificado. Do lado oposto, o slot para os cartões.



Na traseira encontramos a câmara e respectivo flash e por baixo da primeira, o sensor de impressão digital. A Huawei tem vindo a apostar neste campo e a evolução tem sido notável. O sensor do Mate S já apresentava uma qualidade bastante boa, mas o deste Mate 8 é claramente superior tanto na sensibilidade como no tempo de resposta.



O jack 3.5mm e o microfone estão na parte de cima, a saída de som e porta microUSB na zona inferior do equipamento. Embora apresente duas grelhas, tem apenas uma coluna, o que num equipamento com estas dimensões e capacidades multimédia é uma pena; duas colunas na zona frontal, em extremos opostos, produziriam uma melhor experiência de utilização.

A câmara



O sensor Sony IMX298 que equipa a câmara traseira de 16MP  permite obter boas imagens, mas na minha opinião, não conseguem ter um detalhe tão elevado como o obtido com a câmara o seu irmão Mate S.



O ponto de focagem é obtido de uma forma quase instantânea. Mesmo mudando rapidamente de zona a captar, ficamos logo com a focagem pronta.


Em termos de funcionalidades, a aplicação da câmara mantém aquilo que a Huawei nos apresentou no P8 e Mate S. Alguns dos modos de fotografia (na zona inferior do ecrã) estão facilmente acessíveis através do deslizar no dedo no ecrã. Por baixo desta zona, o botão para disparar. À sua direita, filtros com previsão do efeito em tempo real, à esquerda, o acesso ao álbum de fotos. No canto superior direito, o acesso a mais alguns modos de fotografia para garantir um resultado mais diversificado.

Desempenho



O Mate 8 corre a mais recente versão do Android, 6.0 Marshmallow com EmotionUI 4.0. Mesmo com esta camada de software adicional o Mate 8 tem um desempenho ao nível do que de melhor se pode encontrar no mercado. O binómio Kirin 950 / Mali-T880MP4, suportado pelos 3/4GB de RAM, alimenta na perfeição o ecrã FullHD. Não há lugar a atrasos, tudo se processa com uma fluidez exemplar. Jogos e aplicações correm sem qualquer hesitação.

Os resultados dos testes de desempenho são um dos itens que deve ser tido em consideração para a avaliação do equipamento. Não podem ser considerados como magnânimos, nem devem ser tidos como desprezáveis. No caso do Mate 8, os resultados são muito bons, tendo o Kirin 950 estado no topo até há bem pouco tempo, só sendo agora destronado pelos Exynos 8890 e Snapdragon 820. Aguarda-se portanto com elevada curiosidade a chegada do P9, para sabermos se temos um sucessor para o Kirin 950.


O coprocessador i5 é um dois mais evoluídos da sua categoria, sendo responsável por garantir o controlo de todos os sensores, reconhecimento de voz, leitura de MP3 e Fused Location Provider para gestão dos dados de localização. Neste campo, o Mate 8 consegue uma redução de consumo próximo dos 70%, o que contribui de forma significativa para uma melhoria da autonomia. Esta é mais uma das áreas onde o comportamento do Mate 8 é exemplar. Quase 6h de ecrã, numa utilização muito intensiva (com muito Ingress pelo meio) é uma marca digna de registo.

A Huawei anuncia 2 a 3 dias de autonomia (consoante o tipo de utilização) e diga-se em que não foge muito ao que o Mate 8 disponibiliza na realidade: dia e meio de uso bastante intensivo, sem preocupações.

O carregador de (9V/2A) garante uma carga completa em apenas 2,5h. Com 30 minutos de carga conseguem bateria para um dia de utilização, ideal para quando se necessita de carregar o smartphone e se tem pouco tempo para o efeito.

O sensor de impressão digital é uma referência na área. A sensibilidade e tempo de resposta são exemplares, o que facilita o acesso ao smarpthone. A Huawei disponibiliza algumas funcionalidades extra como o acesso às notificações ou a possibilidade de tirar uma foto, mas muito mais se poderia tirar de um sensor com esta qualidade. É sem dúvida uma área em que a marca poderia e deveria apostar mais.


Software


A Huawei mantém a sua aposta no EmotionUI, ao mesmo tempo que vai apresentando novas funcionalidades que procuram acrescentar valor ao equipamento.


O menu de definições foi mais uma vez redesenhado, apresentando uma nova estrutura. Na zona superior do ecrã, uma barra de pesquisa para encontrar aquela função que está perdida no infindável leque de opções que o menu apresenta. Esta elevada quantidade de opções pode ter sido a razão para a Huawei ter reorganizado o menu, criando uma secção de definições avançadas, onde se encontram algumas das opções de utilização mais frequente.


São inúmeras as opções já existentes, mas o controlo dos dados continua a ser a minha funcionalidade preferida, permitindo ao utilizador configurar completamente o acesso ao WiFi e dados mobile, app por app.


O ecrã dividido ainda está longe de fornecer uma experiência optimizada. Não podemos utilizar todas as aplicações neste formato, nem tão pouco a mesmas são capazes de tirar o melhor partido da área de trabalho que lhes é atribuída. O novo Android N irá apresentar novidades neste campo, pelo que é de esperar que a Huawei aproveite o trabalho já desenvolvido e consiga apresentar uma solução superior à que a própria Google vai colocar no mercado. A opção de utilização do smartphone em modo paisagem com duas apps é disso exemplo.


Apreciação final



O caminho traçado pela Huawei tem vindo a dar os seus frutos. A evolução em termos de design e acabamentos garantiu-lhe o privilégio de ser escolhida pela Google para fabricar um Nexus. O corpo único em metal e um sensor de impressão digital são expoentes máximos da qualidade que os smartphones apresentam. Apesar de utilizar um ecrã com generosas dimensões, a Huawei mantém-se fiel à resolução FullHD, o que pode ser visto como um revés por quem procura o melhor entre os melhores. Os ecrãs 2K AMOLED apresentam um outro nível de detalhe, o que em ecrãs com esta dimensão, representa valor acrescentado.

A opção da Huawei passou por garantir uma experiência de utilização exemplar, a par de uma autonomia de referência. Pelo que nos foi possível observar, os objectivos foram atingidos, apresentando o terminal um excelente desempenho. Tendo em conta o comportamento, autonomia e funcionalidades, o Huawei Mate 8 recebe o tão desejado selo Escaldante.


Huawei Mate 8

Prós
  • Qualidade de construção
  • Desempenho
  • Autonomia
  • Sensor de impressão digital

Contras
  • Ecrã "apenas" Full HD
  • Dimensão de 6" não será "para todos"





Galeria de imagens













Por: Luis Costa

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