2016/10/13

Análise tablet bq Aquaris M10 Ubuntu Edition

Com os dispositivos mobile a terem hardware cada vez mais potente, há quem se interrogue porque motivo não os utilizamos como "computadores completos". Depois de conquistar fãs nos desktops o Ubuntu também se aventura neste segmento e o nosso Luis Costa diz-nos que tal se comporta quando aplicado a um tablet Aquaris M10 da bq.


Quem acompanha o mundo da tecnologia, por certo que estará recordado do Ubuntu Edge, um smartphone futurista que infelizmente não atingiu o objectivo (ambicioso) no Indiegogo que permitiria tornar realidade um smartphone que poderia funcionar como computador desktop quando ligado a um monitor e teclado.

Avencemos uns anos, e agora temos nova tentativa. A BQ é conhecida pela sua apetência para testar novas plataformas e o Ubuntu é uma delas. O Aquaris E4.5 HD Ubuntu Edition estreou a parceria com a Canonical, que agora continua com um tablet: o Aquaris M10 Ubuntu Edition.

O Aquaris M10 Ubuntu Edition.



A BQ aposta numa caixa simples, mas com muita informação. Na traseira da mesma encontramos as principais especificações técnicas. Tem ecrã de 10.1" com resolução 1920x1200 (também disponível em versão HD), acompanhado por um CPU MediaTek MT8163A quad-core, 2GB de RAM, 16GB + microSD até 200GB, câmaras de 8MP e 5MP, e bateria de 7280mAh. Tudo isto num formato com apenas 8.2mm de espessura e 470g de peso.


Dentro da caixa encontramos o tablet e por baixo deste a documentação de referência, cabo USB e carregador


Outra das boas ideias que a BQ aplica neste tablet é a disponibilização de informação na película que protege o ecrã, o que não sendo original é uma excelente forma de garantir que o utilizador tem a informação principal "à frente dos olhos" mesmo que não pegue no manual (quem é que pega?)

À esquerda, jack 3.5mm, porta micro USB e micro HDMI, essencial para melhorar a produtividade com este equipamento ligando-o a um monitor; em cima, um microfone e o slot para o cartão microSD; à direita, botão de power e volume; na traseira, apenas a câmara, a qual deveria ser proibida nos tablets. :)


Na frente, em cima, outra câmara, esta sim útil para videoconferência. Na parte inferior mais um bom apontamento da BQ, com colunas em modo frontal, para uma melhor experiência na visualização de conteúdos multimédia. Estranhamente, esta opção acaba por não ser a mais usual, o que é difícil de perceber do ponto de vista do utilizador.


Em utilização


O M10 da BQ corre uma versão modificada o Ubuntu, sistema operativo com largo espectro de utilizadores no mundo Linux. A sua facilidade de utilização tem sido um dos pontos que tem levado os adeptos menos experimentados no Linux a começar por aqui a sua caminhada, embora outros considerem que esta distro se tenha demasiado demasiado comercial..

Confesso que sou um particular adepto destas tecnologias que apostam na mobilidade, razão pela qual tinha elevada curiosidade sobre como se comportaria este tablet. Ao vir equipado com Ubuntu Touch, este equipamento torna-se logo à partida como um candidato a ferramenta de trabalho - e o facto de vir com uma suite de Office instalada só reforça esta ideia. Junte-se-lhe um teclado, rato e um monitor e temos montado um posto de trabalho que, teoricamente, pouco ou nada deveria ficar a dever a um computador desktop tradicional.

À imagem do que acontecia inicialmente com o Android, o Ubuntu Touch também tinha graves problemas com os caracteres especiais. Utilizar acentos era uma dor de cabeça, não sendo possível escrever um texto correctamente. Felizmente,  primeira actualização que o tablet recebeu, entre outras correcções, veio resolver este aspecto, ficando o problema da acentuação resolvido. De referir, que a actualização chegou algumas semanas depois de ter sido disponibilizada para os PCs. A instalação decorreu sem problemas e o tablet não registou qualquer aspecto menos positivo com a nova versão do Ubuntu.

O utilizador tem sempre a possibilidade de desbloquear o tablet para ficar com acesso de administrador. Ter em atenção que a instalação de actualizações de forma manual vai inviabilizar o modo automático.



Os Scopes são uma clara aposta da Canonical, que procura assim dar ao cliente uma forma simplificada para aceder à informação que lhe é mais importante. Através de um conjunto de ecrãs, cada Scope recolhe informação das fontes que lhe estão ligadas e apresenta a mesma para comodidade do utilizador. Há sempre a possibilidade de configurar cada Scope para melhor se adaptar às nossas necessidades.

Em termo de aplicações, temos acesso a um leque já considerável, mas como também aconteceu em outras plataformas, vai sempre existir uma app que ainda não está disponível. Este é um tipo de problema que só é resolvido com tempo e com a conquista de quota de mercado que torne atractivo para os developers disponibilizar as suas apps nesta plataforma.

Além do modo tablet com os Scopes a dominar o ecrã, o utilizador pode ainda recorrer ao modo desktop, passando os Scopes a ser apenas mais uma app numa janela. O modo terminal está facilmente acessível; já o modo super utilizador... dá mais algum trabalho.


Considerações finais


Este Aquaris M10 Ubuntu Edition é aquilo a que se poderá chamar um bom começo. É para o mundo dos tablets aquilo que o Ubuntu Edge poderia ter sido para os smartphones; funcionando como pioneiro que vem mostrar as potencialidades da plataforma.

As web apps são uma das apostas de futuro, pelo que poderão muito bem ser o melhor aliado da Canonical para aumentar drasticamente as aplicações e jogos disponíveis para esta plataforma, mas com o inconveniente de poder demorar ainda alguns anos até que se popularizem ao ponto de fazerem esquecer as apps nativas.

Como ferramenta de trabalho, basta juntar o teclado e rato para poder começar a trabalhar. Pede-se apenas que o hardware seja revisto e melhorado, pois o do Aquaris M10 já se revela bastante limitado, não permitindo a tal utilização sem compromissos que se desejaria para nos fazer esquecer um computador desktop.

Por isso mesmo o Aquaris M10 Ubuntu Edition tem que se contentar com um:

Aquaris M10 Ubuntu Edition
Morno

Prós
  • Qualidade de construção
  • Ubuntu
  • Ecrã

Contra
  • Hardware limitado
  • Ubuntu Touch a precisar de maior maturidade


Por: Luis Costa

2 comentários:

  1. A BQ poderia ter apostado mais neste tablet ao colocar também o Android assim oferecia os dois sistemas operativos e certamente teria mais clientes .

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