2019/08/18

Gravações da Siri violam compromisso de privacidade da Apple


A descoberta que também a Apple disponibiliza gravações da Siri a parceiros para validarem transcrições e o reconhecimento de voz, vem por em causa a imagem da marca em se assumir como a grande defensora da privacidade dos utilizadores.

À semelhança do que tem sido descoberto em praticamente todos os assistentes digitais, também a Apple recorria a parceiros externos que tinham acesso a gravações da Siri, onde potencialmente se podiam ouvir conversas a referir dados privados, como questões de saúde, conversas com crianças, etc. Uma situação que está a ser descrita como um gigantesco fiasco até pelos maiores defensores da marca da maçã.


A Apple há muito que tem investido na imagem da privacidade e protecção dos utilizadores como elemento diferenciador - ao ponto de pagar por cartazes de tamanho gigante a dizer que aquilo que se faz num iPhone permanece unicamente no iPhone. Mas afinal, como agora ficou comprovado, nas gravações da Siri nada impede que um pedaço da vida privada dos utilizadores possa vir a ser escutado por um qualquer desconhecido.

Pior ainda, enquanto várias das outras empresas afectadas por situações idênticas, como a Amazon e a Alexa, disponibilizam formas de aceder e gerir essas gravações de forma relativamente fácil e acessível; no caso da Apple não existe uma forma de dizer que não se quer ceder as gravações para este efeito, nem saber se alguma delas foi escutada.

Veremos se a Apple se mexe rapidamente, a tempo de dar uma resposta a esta questão por altura da apresentação dos próximos iPhone 11 e iOS 13, esperados para 10 de Setembro.

Actualização: não foi preciso esperar tanto, a Apple já pediu desculpas e promete corrigir a situação.

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