2020/03/23

Vigilância da localização dos smartphones levanta preocupações para o pós-coronavirus


A situação que se vive com a pandemia do coronavirus tem exacerbado o melhor e pior da nossa sociedade, e a tecnologia tem também tido um papel preponderante em ambos os casos, como acontece com a utilização dos dados de localização dos smartphones.

São vários os países que têm recorrido à localização dos smartphones para monitorizar o movimento dos cidadãos e para tentar garantir que são cumpridas as regras de permanecerem em casa - além da análise de potenciais pontos de contacto e disseminação do contágio. Em Taiwan, essa localização está a ser usada para garantir que as pessoas ficam em casa, e com envio de mensagens regulares a que as pessoas têm que responder para demonstrar que estão com o smartphone por perto.

Mas, estas situações têm também dado origem a abusos, nalguns casos expondo a vida privada dos cidadãos, ao serem usados como exemplo e revelando os locais por onde andaram. Algo que se pode revelar problemático, dependendo do tipo de locais em questão.

São cenários que levantam sérias preocupações quanto às potenciais implicações no fim da privacidade - que se poderão prolongar para além da situação que se vive - e que são colocadas em causas por outras formas que têm sido utilizadas para monitorizar a evolução do contágio usando outro tipo de dados, incluindo coisas como a própria velocidade da internet. Isto para não falar de projectos que vão surgindo para partilhar os dados de localização mas que prometem garantir a privacidade dos utilizadores a não ser para os casos que eles próprios dêem permissão expressa.


O que é certo, é que com a chegada de satélites que se podem ligar aos nossos smartphones directamente do espaço, passa também a ser possível fazer a sua monitorização a uma escala ainda mais global do que a actual (em que os operadores também já têm acesso a esses dados da localização e os partilham / vendem).

Não desculpando o tipo de comportamento anti-social que infelizmente temos visto (como os casos de pessoas a tentarem furar barreiras de quarentena, ou continuando a sair de casa mesmo sabendo que estão infectados - felizmente, casos minoritários)... talvez não seja má ideia começar a deixar o smartphone em casa quando se quer dar um passeio.

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