Parece ser claro que o caso de espionagem com o spyware Pegasus do NSO Group não irá desaparecer sem que sejam apuradas responsabilidades, com as agências de segurança francesas a confirmarem a sua presença em smartphones de vários jornalistas.
A Aministia Internacional expôs uma campanha de espionagem em grande escala contra jornalistas e activistas, usando o spyware Pegasus do NSO Group, e que contraria as frequentes justificações da empresa de que o seu software apenas é usado para espiar terroristas e criminosos. Também não ajudou que tivesse surgido uma lista com 50 mil números de telefone de potenciais alvos deste spyware, que é/era capaz de infectar smartphones através do envio de uma simples mensagem, e que incluía presidentes, primeiros-ministros e outras individualidades.
O NSO Group já se apressou a dizer que restringiu o uso do seu software em alguns clientes enquanto faz "averiguações", mas agora temos novos desenvolvimentos que começam a complicar a vida à empresa. É que temos, pela primeira vez, a confirmação oficial por parte de um país - França - de que de facto foi detectado o spyware nos smartphones de vários jornalistas. Uma validação que permite passar da fase em que as acusações podiam tentar ser desmentidas como "fake news" dos grupos noticiosos, para algo que fica comprovado e que será reencaminhado para as entidades competentes para darem continuidade ao processo. Basta agora que mais alguns países que tenham sido visados por este spyware se juntem, e o NSO Group fica em sério risco de sofrer sanções internacionais.
Resta esperar que este caso sirva também para demonstrar como não se pode confiar naqueles sistemas que alguns países querem implementar, de usar backdoors para furar a encriptação, e que só seriam usados pelos "bons da fita". É que está mais que demonstrado que, mesmo que se crie uma ferramenta que apenas seria suposta ser usada contra criminosos e terroristas, haverá sempre quem a utilize para espiar quem muito bem entender para os seus próprios interesses.
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Preocupante, no mínimo.
ResponderEliminarÉ preocupante não existir ainda smartphones verdadeiramente seguros, e não me parece ser assim tão difícil, apesar de talvez ser dispendioso por implicar um pouco mais de trabalho e componentes.
ResponderEliminarComo assim? O que seria necessário?
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