2020/07/27

Intel considera terminar produção de chips


Há relatos de que a Intel pode estar prestes a prestes a marcar o fim de uma era, deixando de fabricar os seus próprios chips e passando a sub-contratar outras empresas para os produzirem.

A Intel é um dos colossos da electrónica, responsável pelos chips x86 que há mais de 40 anos têm sido sinónimos dos "PCs". Mas agora tudo isso pode estar em causa e a caminho de mais um rodapé da História, por culpa dos pequenos e subestimados chips ARM e o avanço dos processos de fabrico que a Intel parece estar a ser incapaz de acompanhar - ao ponto de considerar abandonar a produção de chips e contratar empresas externas para os fazerem.

Empresas como a TSMC já têm a postos chips fabricados com tecnologia de 5nm e prestes a avançar para os 3nm; enquanto a Intel diz que os seus chips de 7nm poderão só chegar lá para 2023. E como se a parte da produção física dos chips não fosse suficientemente problemática, a Intel tem também sido assolada por uma série de vulnerabilidades por parte da sua própria arquitectura, que também vão fazendo com que as suas anteriores gerações de chips sofram de problemas de segurança que, nalguns casos, podem representar um impacto significativo no desempenho se quiserem ser evitados.


Do outro lado, os modestos chips ARM que em tempos seria ridículo sequer mencionar numa mesma frase a par da Intel, têm tido uma evolução substancial ao longo da última década, oferecendo uma eficiência que a Intel não tem conseguido igualar, e agora atingindo um patamar de desempenho que rivaliza, ou até supera, os chips da Intel - com a Apple a ter já revelado os seus planos de transição dos chips Intel para os seus próprios chips ARM nos Macs ao longo do próximo par de anos. Um plano que inevitavelmente irá afectar toda a indústria e poderá ditar o fim da dupla "Wintel", se também a Microsoft e os seus parceiros se virem obrigados a recorrer a chips ARM para poderem criar computadores com Windows capazes de rivalizar com os novos Macs em termos de desempenho e eficiência.

Ao longo dos anos temos visto enormes impérios, que pareciam inabaláveis, tombarem. A Nokia deixou de ser o gigante inatingível que dominava os telemóveis; e empresas como a Kodak, que até estiveram na linha da frente da fotografia digital, se tornaram em meros invólucros daquilo que representavam, por agora tentando apenas ir facturando à custa da nostalgia que o seu nome ainda carrega.

Será arriscado imaginar se o futuro da Intel se aproximará mais do da Nokia ou do da Kodak, mas o que é certo é que neste momento já ninguém poderá assumir que a Intel tem o futuro assegurado, nem garantir que os CPUs x86 não se tenham tornado em meras relíquias da História daqui por uma década.

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